Os resultados do inquérito YouGov, no âmbito do segundo Fórum Freedom of Mobility, já foram conhecidos. E nem tudo são boas notícias neste debate que procura responder à questão: “como acomodará o planeta as
necessidades de mobilidade de oito mil milhões de pessoas ao longo das próximas décadas?”. A pergunta é pertinente e as respostas apuradas neste estudo, provenientes de entrevistas realizadas em cinco países, abre dúvidas sobre a “disponibilidade” dos cidadãos para as necessárias mudanças nos hábitos de mobilidade.
Uma das principais conclusões retiradas do estudo? “Um em cada quatro cidadãos, a nível global, não está pronto para fazer escolhas de transporte ecologicamente corretas. Isso é particularmente notado nos EUA, onde mais de metade dos entrevistados, designadamente das zonas rurais, afirmaram não estarem preparados para implementar qualquer mudança”, avança a YouGov, em comunicado divulgado pela Stellantis.
“Embora três em cada quatro indivíduos estejam a preparar-se para opções mais ecológicas, são menos de 10% os já fizeram mudanças profundas, sinalizando que estamos apenas a iniciar a aceleração rumo a mudanças maiores a implementar no futuro”, destaca o documento.Papel dos legisladores
Mas o inquérito realizado pela YouGov vai ainda mais longe. “Seis em cada 10 cidadãos estão dispostos a abandonar o transporte em que há ‘apenas um condutor’. Mas o entusiasmo varia dependendo do local, com Índia, Brasil e Marrocos a liderar o caminho. Em contraponto, há 50% ou menos de disposição nos mercados mais consolidados, fator que cai para 28% nas áreas rurais dos EUA, onde o transporte coletivo poderá estar menos disponível”, refere. E quem é que lidera esta revolução “verde”? O estudo indica que isso está nas mãos dos legisladores e dos cidadãos, surgindo logo depois as empresas, exceto nos EUA.
O poder das novas gerações também deve ser tido em consideração. “Um em cada quatro cidadãos a nível global acredita que detém a chave para um futuro verde, com uma percentagem significativa de 40% na Índia a acreditar que pode liderar a mudança”, sublinha o estudo.
“Embora os jovens provavelmente sejam influentes na promoção de mudanças para transportes mais ecológicos, as suas ações ainda não são significativamente mais tangíveis do que o resto da população”, afirma Alexandre Devineau, General Manager da YouGov. “As suas escolhas – e a dinâmica delas resultante – terão uma forte influência nos desafios de transporte que precisarão de ser enfrentados em todo o mundo”, conclui o responsável.
