A medida insere-se na estratégia definida pela autarquia liderada por Carlos Carreiras, de melhorar a mobilidade no concelho, tornando-a mais fluída e sustentável do ponto de vista ambiental.
A ideia é reforçar o incentivo ao uso do transporte público, seja comboio, autocarro ou mesmo bicicleta e trotineta, explicou Rui Rei. Em causa está um aumento das atuais onze carreiras que circulam no município.
Este reforço do investimento acontecerá ao longo dos próximos meses, pois até 2020 Cascais vai cumprir a diretiva europeia sobre gestão municipal e intermunicipal de transportes, que confere total autonomia às autarquias. São empresas privadas de transporte a concorrer, mas em vez de ser adjudicada uma concessão, as empresas passarão a ser prestadoras de um serviço e a gestão da bilhética passa a ser centralizada, na autarquia, com uma solução única para o município.
Dois passes e novos valores
A criação de dois passes, um metropolitano e outro municipal, com novos tarifários, é um eixo central da estratégia camarária. A medida foi anunciada dia 7 no arranque do Portugal Mobi Summit e vai permitir aos munícipes circular no comboio até Lisboa e utilizar todos os meios de transporte público metropolitanos por um preço de 40 euros, com opções adicionais de estacionamento.
Já o passe municipal, que integra autocarro, bicicleta e quatro horas de carsharing, terá o valor de 30 euros, já a partir de 26 de março.
“Isto é uma melhoria substancial, se tivermos em conta que hoje em dia há quem tenha de gastar mais de 100 euros mensais para ir de alguns pontos do concelho até Lisboa e circular na cidade”, lembra o responsável da Cascais Próxima.
Outra novidade que estará para breve é aumentar o âmbito da gratuitidade do transporte, dos atuais menores de 12 anos, para menores de 14, bem como evoluir para uma total isenção para os mais séniores.
Os incentivos que estão a ser oferecidos a nível central e local para o uso do transporte público vão, presumivelmente, colocar uma pressão adicional na linha de Cascais, admite Rui Rei. “Essa pressão vai acontecer numa linha que, já de si, carece de investimento urgente. Era, por isso, muito importante que o Governo reforçasse o investimento nesta linha”, observa o responsável, que vem assim juntar-se a um apelo lançado, repetidas vezes, pelo presidente da Câmara de Cascais ao Governo.
As inovações de Cascais no domínio da mobilidade começaram em 2016 com a criação da MobiCascais, entidade que foi responsável pela introdução de um conjunto de alterações como a simplificação tarifária e o passe único de 20 euros para autocarros, ao mesmo tempo que se viabilizou a conciliação do comboio com bicicleta e estacionamento, tudo integrado no passe. Uma integração de modalidades de transporte que já lhe valeu a qualificação de smart city (cidade inteligente).
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