Rui Esteves, especialista da Fidelidade, explica que, embora não exista informação sistematizada, já é possível concluir que os ciclistas estão muito mais vulneráveis do que condutores e peões.

 

 

Avaliar o risco que ciclistas e peões correm na estrada é, por enquanto, uma mera extrapolação. Falta muita informação para entender o que ainda agora começou. Mas, apesar da ausência de dados sistematizados, não é difícil concluir que quem opta pela mobilidade suave estará sempre mais vulnerável.

Rui Esteves, diretor da área de estatísticas e de estudos técnicos da Fidelidade, apresentou nas Road Safety Sessions estimativas com base em inquéritos aos peões e utilizadores de bicicletas. Quando se consideram os quilómetros percorridos, o risco para o ciclista é oito vezes superior ao do automobilista. Mas, ao se ter em conta as horas passadas no trânsito, esse perigo triplica comparado com peões e condutores.

A exposição ao risco não pode ser avaliada usando unicamente realidades isoladas. Volume de negócios, distâncias percorridas ou tempos gastos nas viagens são alguns dos dados necessários para determinar a exposição ao risco. Andar de bicicleta representará sempre um perigo maior do que conduzir um carro.

Esse é um dado adquirido, mas o fenómeno só será totalmente compreendido quando enquadrado no seu contexto: “Precisamos de recolher informação que nos permita saber qual o meio de transporte mais seguro quando queremos viajar de uma cidade para outra ou de um ponto para outro ponto, mas ainda não há métricas nem comparações que possam ser usadas.”

 

 

Quando se consideram os quilómetros percorridos, o risco para o ciclista é oito vezes superior ao do automobilista. Mas, ao se ter em conta as horas passadas no trânsito, esse perigo triplica comparado com peões e condutores.

 

E os dados sobre o uso e acidentes com trotinetes são ainda mais escassos, embora o especialista da Fidelidade acredite que o perigo seja tão grande como o da bicicleta. A boa notícia é que a probabilidade de acidentes na mobilidade suave diminui à medida que aumenta o seu uso nas deslocações urbanas.

As infraestruturas vão estando mais bem preparadas, as pessoas aprendem a conviver com a bicicleta e a cultura da segurança entranha-se nos comportamentos: “Foi isso que aconteceu em países que já usam a bicicleta há várias décadas”, explica Rui Esteves, salientando que exemplos como Holanda, Berlim ou Finlândia são grandes oportunidades de aprendizagem. Aprender com os erros, aliás, é o percurso que a aviação civil vem fazendo há muito tempo para corrigir as falhas e essa deveria ser também a lógica aplicada na sinistralidade rodoviária, defende o especialista da Fidelidade.

 

Kátia Catulo | Texto

Gonçalo Villaverde / Global Imagens | Foto

 

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