BWW X3 xDrive 2.0d: Fórmula vencedora

16/05/2018

Modelo importantíssimo no portfólio da BMW, o SUV X3 está já disponível naquela que é a sua terceira geração, protagonista de uma evolução bem mais significativa do que a imagem anuncia. Afinal e preferencialmente sem revoluções, é preciso manter aquilo que o modelo já era: uma fórmula vencedora.

Exterior

Um dos aspetos em que mais se nota a aplicação da máxima “Em equipa que ganha, não se mexe”, ainda que com o novo BMW X3 a não esconder um aumento nas dimensões, graças à nova plataforma CLAR – a mesma, por exemplo, do Série 7. E que é também sinónimo de maior leveza (-55 kg face ao antecessor) e um melhor coeficiente de aerodinâmica (0.29 Cd).

Com uma estética geral mais marcante e desportiva, alterações, igualmente, no design da emblemática grelha frontal, nas óticas dianteiras, assim como nas luzes de nevoeiro. O mesmo acontecendo com as novas jantes de 18″ e, já na traseira, os farolins e portão, de acionamento elétrico. Conjugados com um par de ponteiras de escape, colocadas nas extremidades da carroçaria.

Opcionais, na unidade por nós testada, além do Cinza Sophisto metalizado (797,97€) escolhido como cor exterior e da chave BMW com display (211,38€), vidros com proteção acústica (130,08€), tecto de abrir elétrico panorâmico (1.628,29€), além da linha de equipamento Luxury (5.552,85€), sinónimo de jantes em liga leve de 19″ com pneus Runflat 245/50R19, barras de tejadilho em alumínio, luzes adaptativas em LED (292,68€), faróis de nevoeiro em LED, e assistente das luzes de máximos.

Interior

Tal como no exterior, também no interior do novo X3, a palavra-chave é, claramente, “Evolução”. Com a nova geração do SUV alemão a mostrar essa “Evolução na Continuidade”, desde logo, na qualidade de construção e de materiais; nas linhas simples e ergonómicas, por exemplo, de uma consola central mais virada para o condutor; ou em pormenores como o novo volante multifunções, o novo ecrã do sistema de infoentretenimento agora já destacado do tablier, com 10.2 polegadas e controlo por gestos, e até mesmo no aumento do número de aplicações em metal. Sem esquecer a possibilidade de, recorrendo à (extensa) lista de opcionais, integrar um painel de instrumentos totalmente digital, um Head-Up Display a cores, iluminação ambiente e ar condicionado de três zonas. Porém e quanto ao equipamento, já lá vamos…

Num habitáculo com bom acesso e vários bons espaços de arrumação, uma posição de condução agradavelmente elevada, a privilegiar o acesso a comandos e visibilidade em redor, ainda que, neste último caso, um pouco condicionada pela dificuldade em perceber, ao início, os limites do carro. E, como tal, a agradecer a existência de sensores, e até câmaras no exterior, capazes de complementar o conforto oferecido por volante (de excelente pega) e banco (em pele clara, de série, a acentuar a sensação de luxo), ambos multireguláveis. Com o banco, desportivo mais pelo assento extensível, do que propriamente pelo apoio lateral…

Já nos lugares traseiros, um aumento do espaço disponível, tanto para pernas (resultado também de um túnel de transmissão pouco intrusivo), como em largura (suficiente para acomodar três adultos), a que se junta espaço suficiente na bagageira, com 550 litros. E onde não falta sequer um bom e amplo acesso através de um portão de acionamento elétrico, ganchos porta-sacos, vários pontos de iluminação e até um espaço de arrumação por baixo do piso falso… com esticador, para que não tenhamos de estar a segurar na placa, enquanto colocamos alguma coisa lá dentro!

Já as costas dos bancos traseiros, rebatem 40/20/40, após o acionamento das trancas no topo, aumentando assim a capacidade do espaço para uns mais generosos 1600 litros.

Equipamento

Tal como já é tradição nos produtos da marca de Munique, também neste novo BMW X3, a lista de opcionais é algo a que é quase impossível de fugir. Até para podermos desfrutar de uma proposta verdadeiramente à altura do estatuto que o modelo anuncia!

Assim e tomando como exemplo a unidade que pudemos ensaiar, realce, entre outros elementos, para a transmissão automática com patilhas no volante (130,08€), o Performance Control (130,08€), a direção desportiva variável (211,38€), os vidros com proteção acústica (130,08€) e solar (333,33€), a proteção activa (300,81€), assistente de condução (747,97€), assistente de estacionamento (967,48€), sistema de navegação profissional (1.894,31€), BMW Head-Up Display (829,37€), sistema de som Harman/Kardon (918,70€), informação de trânsito em tempo real (131,15€), serviço Concierge (210,57€), serviços Remote (67,48€) e controlo por gestos BMW (211,38€). Sem esquecer a já referida linha de equipamento Luxury (5.552,85€).

Única atenuante: o preço hoje em dia mais acessível da maioria dos opcionais…

Consumos

Equipado com aquela que é a motorização mais procurada entre nós, o versátil motor de quatro cilindros 2,0 litros turbodiesel de 190 cv, o BMW X3 tem não só disponibilidade, força e desenvoltura à altura das necessidades de um conjunto com pouco mais de 1.800 kg, como também consumos atrativos, com médias a rondar os 7 litros. E, isto, sem esforço de maior, aproveitando todas as potencialidades do propulsor, que tem também na insonorização outra qualidade importante.

Ao volante

Nesta nova geração tendo por base a mesma plataforma que serve o porta-estandarte da marca – o estatutário Série 7 -, acrescida de sistema de tração integral permanente xDrive e suspensão que dificilmente esquece a importância do conforto, a primeira impressão que retiramos deste X3 xDrive com (excelente) caixa automática de oito de velocidades é a facilidade de condução, graças também a uma direção Servotronic mais evoluída e adaptada, além de um sistema de travagem à altura das necessidades. E com travão de estacionamento eletrónico.

Ajudados pela presença do já conhecido sistema de modos de condução, com três modos funcionamento (Comfort, Sport e Eco Pro), é ainda no modo Comfort, que o X3 adota por defeito, que fazemos a primeira aceleração a fundo, sentindo o vigor dos quatro cilindros. Com o conjunto a revelar, tanto ainda em cidade, como já em estrada aberta, não apenas ótimas qualidades enquanto familiar, desenvencilhando-se de forma agradável nas deslocações curtas do dia-a-dia, como, já em estrada aberta, atributos de verdadeiro estradista.

Abordadas as primeiras curvas em caminhos mais sinuosos e com o SUV alemão já “alertado” para uma condução mais aplicada, através da seleção do modo Sport, começamos a apercebermo-nos não apenas da elevada disponibilidade do motor e caixa para alinharem na brincadeira, como também das primeiras dificuldades da suspensão em abdicar do conforto, para se concentrar eficácia na dinâmica. Com o peso e a transferência de massas a tornarem-se, a partir daí, mais percetíveis, aconselhando, mesmo com a aplicação revelada pelo sistema xDrive, a um levantar (ligeiro) do pé direito no acelerador – quanto mais não seja, como forma de manter os restantes ocupantes deslumbrados com o ambiente de qualidade e conforto em que viajam.

Convencidos da versatilidade do X3, mas também procurando terminar da melhor maneira possível, a “obrigatória” saída do alcatrão, para pisos de terra solta e pedra, e até picadas com pedras maiores a aconselharem abordagem cautelosa. Com o modelo alemão a valer-se de uma altura ao solo de 204 mm, assim como de bons ângulos para o TT, para passar incólume por ambos os desafios. Inclusive, uma descida mais íngreme, onde tivemos a oportunidade de testar a validade do Controlo Eletrónico de Descida (HDC). Mas que também serviu para confirmar a versatilidade e competência deste novo BMW X3, em todos os terreno.

Concorrentes

  • Audi Q5 2.0 TDI Sport quattro S tronic, 190 cv, 7,9s 0-100 km/h, 218 km/h, 5,3-5,0 l/100 km, 63.964,39€
  • Jaguar F-Pace 20d AWD, 180 cv, 8,7s 0-100 km/h, 208 km/h, 5,3 l/100 km, 62.600,37€
  • Mercedes-Benz GLC 250 d 4MATIC, 204 cv, 7,6s 0-100 km/h, 222 km/h, 5,0-5,5 l/100 km, 58.100,00€

Balanço final

Rejuvenescido na estética, evoluído na qualidade, melhorado no espaço e conforto, e com um desempenho cada vez mais versátil, o BMW X3 renova a sua aspiração (natural) à liderança do segmento dos SUV compactos premium, sem necessidades de qualquer revolução ou corte. Afinal e como tivemos oportunidade de dizer logo no início deste texto, esta era já uma fórmula vencedora.

Mais: Motor / Caixa de Velocidades / Conforto / Habitabilidade

Menos: “Obrigatoriedade” de opcionais / Visibilidade em redor / Apoio lateral do banco do condutor

Ficha técnica

Motor

Tipo: quatro cilindros em linha, injeção direta, turbocompressor de geometria variável e intercooler

Cilindrada (cm3): 1.995

Diâmetro x curso (mm): 84×90

Taxa compressão: 16,5:1

Potência máxima (cv/rpm): 190/4.000

Binário máximo (Nm/rpm): 400/1.750-2.500

Transmissão e direção: Integral, com caixa automática de oito velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência elétrica

Suspensão (fr/tr): Duplos triângulos com molas helicoidais; Duplos triângulos com molas helicoidais

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos ventilados

Prestações e consumos

Aceleração: 0-100 km/h (s): 8

Velocidade máxima (km/h): 213

Consumos urbano/extra-urb./misto (l/100 km): 4,9/3,7/5,0

Emissões de CO2 (g/km): 132

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,708/1,891/1,676

Distância entre eixos (mm): 2,864

Largura das vias (fr/tr) (mm): 1.620/1.636

Peso (kg): 1.825

Capacidade da bagageira (l): 550/1.600

Depósito de combustível (l): 60

Pneus (fr/tr): 225/60 R18 / 225/60 R18

Preço da versão ensaiada (Euros): 78.196€

Preço da versão base (Euros): 57.300€

Autor: Vasco Reis

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.