A Kia está a apostar no crescimento da sua gama de automóveis híbridos, criando o seu primeiro modelo específico vendido exclusivamente com este tipo de motor, um crossover atrativo para um público alargado, que dá pelo nome de Niro
A Kia, como subsidiária do Grupo Hyundai, tem beneficiado bastante da evolução tecnológica do gigante industrial coreano, mas também tem tido liberdade para dar corpo a automóveis com personalidade própria. Além de uma linguagem de design própria, começou também a investir em força no uso de motores híbridos, primeiro nos modelos normais, mas agora dando origem ao seu primeiro automóvel exclusivamente híbrido, o Kia Niro.
O Niro é um carro idealizado para ser um pouco de tudo para toda a gente. Tem a aparência de um crossover, é prático como uma berlina, e ainda oferece o comportamento dinâmico de um modelo de gama alta, graças à sua suspensão. Mas o mais importante é que a Kia consegue oferecer no mercado nacional um automóvel espaçoso, confortável e com baixos consumos, por um preço competitivo. Melhor ainda, com o desconto da campanha de lançamento, o valor na fatura cai dos 32 492 euros para os 28 292 euros, melhor até que alguns concorrentes mais pequenos.
Apesar da aparência de crossover, o Kia Niro está, na prática, mais próximo de um modelo compacto e ágil. No entanto, destaca-se pela sua excelente habitabilidade interior (graças à longa distância entre eixos), com bastante espaço para as pernas e para a cabeça, tanto nos bancos dianteiros como traseiros, podendo transportar cinco adultos confortavelmente. O painel de instrumentos e a consola central têm acesso facilitado aos comandos, com muitas das funções de entretenimento congregadas no ecrã de 4,2 polegadas no topo do tablier. A única questão a apontar na cabina é mesmo o travão ‘de mão’ ativado por pé, quase um anacronismo numa era em que os travões de mão elétricos se estão a popularizar entre a concorrência (e mesmo noutros modelos da Kia).
À primeira vista, a bagageira pode não parecer muito impressionante, especialmente quando comparada à dos modelos similares da Kia, o Carens e o Sportage. No entanto, o Niro é uma alternativa mais barata a estes, pelo que, quando se começa a tentar arrumar objetos na bagageira, os 425 litros disponibilizados crossover compacto revelam ser uma surpresa agradável, com mais espaço do que aparenta e não perdendo nenhum potencial espaço, já que as baterias ficam instaladas na sua íntegra debaixo do banco traseiro.Em termos de equipamento, o Niro segue o mesmo espírito a que a Kia habituou o público, com uma excelente relação preço/equipamento. Apesar de estar disponível numa única versão, já inclui elementos como ar condicionado automático, banco do condutor com ajuste elétrico e apoio lombar, comandos do rádio e computador de bordo no volante, sensor de luz, abertura e ignição sem chave, sensores e câmara traseira para assistência de estacionamento, carregador USB no compartimento de arrumação entre os bancos, sensor de chuva e assistência de mudança de faixa.
Mecânica ideal
Com o seu motor híbrido, o Kia Niro aponta o futuro a curto prazo para este tipo de automóveis. A marca coreana combinou um motor 1.6 de injeção direta e baixa potência com um motor elétrico que debita 32 kW (43 cv), para uma potência combinada de 141 cv. Em termos de resposta, e apesar de ter como base um motor a gasolina, é quase como usar um propulsor turbo Diesel, até porque o motor elétrico funciona muito bem em acelerações a baixa rotação, ajudando a atingir rapidamente a velocidade ideal de cruzeiro. As recuperações e as manobras de ultrapassagem também se realizam rapidamente. O conjunto motor também é ajudado pela transmissão. Em vez das caixas de variação contínua (algo molengas) habitualmente usadas neste tipo de configuração, a Kia optou por instalar a sua caixa de dupla embraiagem, aqui com seis relações, que encontra mais rapidamente a altura ideal para trocar de mudança.
Mais uma vez, deve destacar-se que a base deste carro assenta num motor a gasolina, quando se fala dos consumos. A marca anuncia um valor médio abaixo dos quatro litros, o que é sempre muito otimista, mas o valor real não fica muito longe, sendo fácil manter o valor mostrado no computador de bordo nos cinco litros baixos, sem muito esforço. Mesmo andando mais em trânsito citadino, o combustível gasto não foge muitos deste valores.
Paulo Manuel Costa
Mais – Consumo e Conforto
Menos – Peso, Travão de ‘mão’
PREÇO – 32 492 €
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