A traçai integral já tinha sido legalizada pela FISA, agora FIA, em 1979, mas o único fabricante a tirar partido disso foi a Audi. Os outros fabricantes achavam que só aumentava peso e complexidade aos automóveis e não seguiram logo por esse caminho, como foi o caso da Nissan.
A animar o 240RS está o motor FJ24 de quatro cilindros em linha, 2,4 litros de cilindrada, 16 válvulas e dupla árvore de cames à cabeça, desenvolvendo 240cv. É certo que o 240RS não tem tracção integral, nem admissão de ar forçada, no entanto, tinha um motor extremamente fiável e era nisso que a Nissan queria tirar partido, principalmente nas provas mais longas.
No entanto, para tentar conquistar o título mundial isso só não chegava, como se veio a comprovar. Assim, a Nissan decidiu apostar apenas nos ralis de maiores distâncias, onde a fiabilidade imperava, e nos campeonatos nacionais, onde se incluiu Portugal, com Santinho Mendes a competir com um 240RS, com as cores da Lois.
O melhor resultado, no currículo do 240RS em provas mundiais, foi o segundo lugar no Rally da Nova Zelândia em 1983 e o terceiro lugar no Rallye Côte-d’Ivoire e no Safari Rally. Se já na época não era comum ver um 240RS, hoje é ainda mais raro, principalmente os exemplares de estrada.
O exemplar presente neste artigo, com o chassis número 087, venceu o Rally de Marrocos de 1986 e ficou em segundo lugar no Zaire Safari Rally de 1987, com a dupla Alain Ambrosino e Daniel Le Saux. O primeiro registo do automóvel é na Costa do Marfim sendo, posteriormente, importado para França onde foi adquirido pelos coleccionadores do Manoir de l’Automobile at Lohéac em 2000, que o preservaram tal como terminou o Zaire Safari Rally.Agora, vai a leilão pela Artcurial, no dia 24 de Outubro, no evento Automobiles sur les Champs, com um valor estimado de venda situado entre os 130.000 mil e os 190.000 mil euros.
