Este Ferrari pode chegar aos 10 milhões

04/08/2018

Como foi o caso da Ferrari ao longo dos anos, as mudanças continuas ocorrem durante o ciclo de produção de um determinado modelo, em vez de revelar algo totalmente novo, como é o caso do 250 GT Berlinetta Tour de France (TdF), culminando em 1959 com uma pequena série de automóveis com uma nova carroçaria assinada por Pinin Farina e construída por Scaglietti, para trás foram deixados os pára-lamas traseiros, os pára-choques foram integrados na carroçaria, pára-brisas inclinado e uma tarseira estilo ‘fastback’.

Apenas foram produzidos sete exemplares com estas configurações antes da Ferrari decidir inovar e revelar o novo 250 GT Berlinetta. Exibido pela primeira vez no Salão de Paris em Outubro de 1959, apresentava uma distância entre eixos de 2.400 mm, menos 200 mm em relação ao seu antecessor. A carroçaria desses sete automóveis foi adequadamente encurtada para que se adaptasse ao novo chassis, posteriormente passaram a ser designados por Berlinettas interinos.

No entanto as mudanças foram muito mais do que apenas um encurtamento da distância entre eixos e um ligeiro redesenho, foram instalados travões de disco Dunlop nas quatro rodas e amortecedores tubulares da Miletto ou Koni na frente, o modelo foi equipado com o motor Tipo 168, que não havia triunfado nos Testa Rossa e nos California Spyder.

Configurável para as solicitações do cliente e uso pretendido, como com os TdFs precedentes, estas novas berlinettas de distância entre eixos curta poderiam ser adquiridas em versão de estrada (lusso para luxo) ou competição (competitizione), com o último a receber toda a carroçaria em alumínio e motores com carburadores específicos de competição. Não sendo surpreendente que a versão destinada à competição gozaram de maior receptividade em relação à versão de estrada, graças em parte ao sucesso competitivo do modelo na época. Os 250 GT SWB preparados para corridas conquistaram vitórias no Tour de France de 1960 a 1962, bem como nas provas do RAC Tourist Trophy em Goodwood, nos anos de 1960 e 1961.

O 250 GT, chasssis 2163 GT é um dos apenas 42 exemplares construídos em 1960. Foi revestido em liga de alumínio por Scaglietti e terminado em rosso chiaro, com interiores de couro nero – uma combinação de cores que ainda mantém nos dias de hoje. Emitido o certificado de origem a 8 de Agosto de ’61 o SWB foi vendido 14 dias depois ao seu primeiro proprietário, Vicenzo Malago, um revendedor oficial da marca em Roma.

Malago manteve o 2163 GT em sua posse durante seis meses, nos anos que seguiram mudou inúmeras vezes de mãos, passando pelas colecções de David Walker e Roy Pearse, o último levou a cabo um restauro completo em 1983. Volvidos dois anos o 250 GT SWB regressou a casa, foi adquirido por Stefano Durelli, participando em eventos incluindo os Avd-Oldtimer-Grand Prixes em Nürburgring (1988, 1989, e 1991), no International Historic Race Festivals em Silverstone (1992 e ’93). Em 1993 participou, ainda, na exposição comemorativa dos 25 anos do British Ferrari Owners Club. Voltou a mudar de proprietário nos anos subsequentes até ser adquirido pelo actual dono, é notável o seu alto estado de originalidade, já que nunca sofreu nenhum dano considerável período em que competiu, em contraste com a maioria dos exemplos de Competizione.

O Ferrari 250 GT SWB será leiloado na venda da RM Sotheby’s marcada para os dias 23 e 24 de Agosto, em Monterey. A leiloeira baliza o valor da venda entre os 8,1 e os 10,7 milhões de euros.

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.