Carl F. W. Borgward, industrial, natural do bairro de Altona, em Hamburgo (Alemanha), enveredou pelo ramo automóvel em 1919, através de uma firma de peças automotivas chamada Bremer Reifen-Industrie GmbH (que, mais tarde, viria a ser a empresa Borgward). Aos 34 anos de idade (em 1924), Carl produzia o seu primeiro veículo: o modelo Blitzkarren, um utilitário ideal para mercadores que procuravam um meio de transporte de pequenas dimensões.
Os automóveis da Borgward tornar-se-iam tão populares nos anos 1930 que motivariam longas listas de espera para serem comprados. Também nessa década nasceria um berbicacho de seu nome Segunda Guerra Mundial.
Carl foi, então, “alistado” para fazer veículos militares destinados aos esforços bélicos germânicos. Depois da guerra, o empresário automotivo cumpriu pena de três anos de prisão por ajudar os nazis, sendo que, posteriormente, acabaria por encontrar as suas fábricas em Bremen, na Alemanha, destruídas pelos bombardeamentos aliados.
Focado na reconstrução, Borgward tinha alguns truques na manga. A Alemanha estava a racionar materiais no pós-guerra e, devido a isso, a administração decidiu dividir-se em três entidades diferentes: Borgward, Goliath e Lloyd, cada uma com a sua própria insígnia automóvel. Assim, cada companhia poderia obter a sua porção de aço e outros materiais.
Desafortunadamente, a Borgward terá cometido um crasso erro. Cada companhia operava o seu próprio departamento de engenharia e aquisições, o que significava que não compartilhavam recursos. É necessário muito dinheiro para desenvolver todas as partes de cada automóvel, apesar de tudo.Tal falha não teve efeitos imediatos, pois os anos 50 foram um bom período para a Borgward. A empresa lançou o extremamente popular Isabella, bem como novos e requintados modelos, os quais apresentavam recursos de ponta, como suspensão a ar e transmissão automática. Em 1959, a firma reportou cerca de 158 milhões de dólares de receitas.
Todavia, um artigo de 1960 – da revista alemã Der Spiegel – deixaria a empresa em choque: dava-se conhecimento de que as companhias segmentadas da Borgward as punham sem dinheiro e desorganizadas. Isso fez com que a cidade-Estado de Bremen – cujo partido político no poder não era fã de Carl Borgward – negasse um empréstimo ao engenheiro e designer germânico e, praticamente, o forçasse a entregar a firma.
E quem acabaria por ser colocado no controlo da empresa? Um membro do Conselho da BMW (um grande rival). Por alturas de 1961, a Borgward estava já fora do campo dos negócios.
Em 2015, porém, Christian Borgward (neto de Carl Borgward), com o auxílio de capitais chineses, logrou fazer voltar à vida a marca do avô.
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