Owen Magnetic, um automóvel híbrido com 105 anos

13/05/2021

Híbrido e eléctrico, duas palavras que cada vez mais se usam no mundo automóvel, no entanto, a maior parte das vezes não nos lembramos que a tecnologia que hoje em dia chamamos de “inovadora” já foi anteriormente usada e abandonada devido à falta de capacidade de serem sustentadas pelas suas infraestruturas.

Automóveis eléctricos eram populares há cerca de 100 anos atrás, por algumas das razões que hoje em dia também o são, no entanto, as vendas não eram elevadas devido à falta de infraestruturas necessárias para tal. O Owen Magnetic tentou resolver esse problema equipando este veículo com um gerador.

Esta será talvez a forma mais ineficiente de se deslocar, isto porque, a primeira lei da termodinâmica fala sobre a conservação de energia, e este automóvel de forma alguma conserva energia. O Owen Magnetic é um veículo com um motor alimentado a gasolina que actua um gerador que por sua vez alimenta um motor eléctrico para que seja possível ser conduzido. Isto significa que há dois pontos de perda no sistema.

No entanto, em 1916, a eficiência era das menores preocupações das marcas automóveis. A maior preocupação das marcas seria a facilidade de utilização, e a Owen Magnetic era exemplar nesse aspecto. Sem embraiagem ou caixa de velocidades para a aprendizagem dos novos automobilistas, uma suave transmissão de potência desde os zero km/h até à velocidade máxima, era um automóvel de muito fácil utilização. No entanto, enquanto Jay Leno vai descrevendo este veículo, ele explica também que este automóvel não foi um grande sucesso de vendas. Existem apenas cerca de doze actualmente, o que cria um problema para pessoas como ele que querem conduzir e aproveitar todos os seus veículos.

Por exemplo, a tampa das válvulas em ferro fundido ficou porosa ao longo deste último século o que fazia com que o óleo não se mantivesse onde era suposto, o que apresentou a Jay Leno um enigma. Todas as tentativas de selar esta peça pela parte interior falharam, o que obrigou a que houvesse uma intervenção com a mais recente tecnologia do século XXI numa peça do início do século XX. Esta foi colocada num scanner 3D para que pudesse ser impressa uma peça igual em plástico ABS para ser testada antes de ser enviada para que servisse de molde para a peça final, já em ferro fundido. Verdade seja dita, se Jay não tivesse mencionado este pormenor, ninguém adivinharia.

Conduzir este veículo revela-se uma experiência única. As rotações do motor aumentam e diminuem com a velocidade do mesmo, no entanto, a aceleração é linear e suave. Existe até um travão eléctrico para ajudar os travões traseiros de tambor na desaceleração deste automóvel centenário.

A tecnologia híbrida teve uma evolução exponencial, e este veículo dá-nos o prazer de ver como tudo começou. A nova tecnologia hoje em dia consegue fazer tudo o que este automóvel faz, de forma superior até, no entanto, será que consegue fazer com esta pompa e circunstância? Acreditamos que não.