Com o sucesso na indústria dos computadores, Clive conseguiu fundos para criar a Sinclair Vehicles em 1983. Vários protótipos foram construídos, iniciando-se no C1 e terminando no C5, modelo já pronto para a produção em série. Como curiosidade, o C na denominação dos modelos significa Clive e o número era a evolução do projecto.
A idealização dos veículos da Sinclair teve a ajuda de uma nova lei britânica, posta em prática em 1983, para veículos a pedais com assistência eléctrica. As principais vantagens desta nova categoria, era não necessitarem de seguro, nem de pagamento de imposto de circulação, não era necessária carta de condução e poderiam ser conduzidos a partir dos 14 anos. O motor eléctrico teria de ser limitado aos 250W e 0.33cv às 3.300rpm, que dava ajuda aos pedais tradicionais de bicicleta, principalmente nas subidas.
A produção dos Sinclair C5 era feita na fábrica de eletrodomésticos Hoover e o desenvolvimento do chassis em aço teve a ajuda da Lotus. Para reduzir o peso ao máximo, a carroçaria foi construída em polipropileno. Foi desenhado para levar apenas uma pessoa e pequenas bagagens, com uma capacidade de mala de apenas 28L. Poderia atingir uma velocidade máxima de 24km/h e uma autonomia de 32km.
O Sinclair C5 foi um desastre comercial, com uma produção total de 14.000 unidades, muito por culpa da inexistência de protecção contra os elementos, principalmente num país como o Reino Unido. No entanto, nos últimos tempos, tem havido uma crescente procura por estes raros veículos para coleccionadores e, por incrível que possa parecer, grande parte deles sobreviveram até aos nossos dias.
O exemplar deste artigo pertence ao primeiro ano de produção e passou grande parte da sua vida em exposição no The Cayman Island Motor Museum. Agora, a RM Sotheby’s irá leva-lo a leilão no próximo dia 3 de Setembro, no evento Auburn Fall Auction, com um valor de venda estipulado entre os 8.500 e os 13.000 euros.
