Foi com mais agrado, do que surpresa, que na passada edição do salão de Milão, fomos encontrar a nova geração da Stelvio, um nome de peso para a italiana Moto Guzzi. Desde aquele primeiro encontro que ficámos rendidos aos seus novos encantos, como a estética mais moderna, aerodinâmica e elegancia, passando pelos novos argumentos eletrónicos, ou até, pelo novo motor, este já a cumprir com a norma Euro 5+. No entanto, e uma vez mais, os engenheiros da marca italiana (incluíndo Arturo Sansom, Product Marketing Manager da Moto Guzzi) fizeram questão de manter alguns dos principais traços familiares da anterior geração, mantendo assim o argumento de uma história que ganha agora novo capítulo.
Boas energias
A empatia pela nova Moto Guzzi Stelvio chega-nos desde o primeiro olhar. Vemos todos os traços característicos do modelo que se estreou pela primeira vez no mercado em 2007, mas melhorados em todos os aspectos: está mais esguia, moderna, com traços mais contemporâneos, muito elegante, com a nova geração do poderoso bloco em V a 90º, acabamentos de luxo e equipamento de altíssimo nível. Além disso, as formas compactas e a tecnologia disponibilizada por esta nova geração, fazia-nos ansiar, muito, por este contato dinâmico. E ele chegou e fomos os únicos representantes da imprensa portuguesa a podermos testemunhar em primeira mão, nas belíssimas estradas da região de Almería, em Espanha, as qualidades da nova Stelvio. Como já referimos, a sport/turismo V100 Mandello serviu de base a esta maxi-trail, porque quando foi idealizada, contemplava uma plataforma que pudesse ter diversas aplicações. Uma ciclística de luxo, acompanhada por um design de referência e um ultra-moderno e poderoso motor. São 115 cv de potência mais que suficientes para nos fazer desfrutar em pleno deste modelo versátil, que permite viagens grandes, dentro ou fora do asfalto, de forma confortável, mas também a utilização diária e até aventuras off road, esporádicas.
Equilíbrio, conforto e boas sensações são pratos forte deste modelo. A jante de 19”na frente (17” atrás) em conjunto com o baixo centro de gravidade, pneus Michelin Anakee Adventure e uma suspensão ajustável, traduz-se em prazer de condução. Se tudo é perfeito, não, não é, mas o que há a corrigir são questões de pormenor como o tacto da caixa de seis velocidades, que embora esteja bem escalonada poderia ter melhor tacto, mesmo quando temos o sistema de quick shift instalado (mas, no entanto, nota-se a evolução para a anterior geração). Em ordem de marcha, são 246 kg, mas distribuídos de forma equilibrada, com um baixo centro de gravidade que a tornam muito equilibrada. Em termos de agilidade, é o suficiente para nos divertirmos… e muito. Postura de condução natural, confortável e descontraída, com guiador largo que transmite muita confiança. Para brisas ajustável eletronicamente até aos 150 km/h, suspensões firmes, ajustáveis e uma travagem muito poderosa. A eletrónica é de última geração, com diversos modos de potência facilmente ajustáveis e com a mais valia de podermos desligar por completo quer o controlo de tração como o ABS. Uma moto muito moderna, com tudo o que necessitamos. Além disso, foge por completo do comum e tradicional oferta do mercado, o que lhe vale uns pontos extra. Fiabilidade e valor acrescentado, não lhe falta. Disponível a partir do final de março, início de abril no mercado nacional, está disponível em duas opções de cor (preto ou laranja) na versão base ou com PFF, com o preço a começar nos 16 499€ para a versão base ou 17 299€ para a versão PFF.
Modos de condução
Tourism: Desenvolvido para as viagens longas. Neste modo, a intervenção do efeito travão motor (MGFM) está num nível moderado, para ajudar a desaceleração quando o punho de acelerados está fechado. A entrega de potência (MGCM) é progressiva, no nível 2 ou 3 e o controlo de tração (MGCT) está programado no nível três de quatro para maior estabilidade.Rain: Este modo está otimizado para as condições climatéricas mais desafiantes. O travão motor está programado para um nível moderado e a entrega de potência é muito suave (nível três de três). Controlo de tração está no nível máximo de intervenção para maior conforto e segurança durante a aceleração.
Road: Neste modo, os ajustes eletrónicos estão calibrados para a típica utilização em estrada. O travão motor está num nível intermédio, entrega de potência é progressiva (nível dois de três) e controlo de tração configurado no segundo nível de quatro.
Sport: Os ajustes eletrónicos estão pensados para entregar a experiência mais excitante de condução, com um efeito travão motor mínimo, entrega de potência mais direta e desportiva (nível um de três) e o controlo de tração é o menos intrusivo. Já o ABS permite uma travagem firme.
Off road: Esta opção é mais focada nas aventuras fora de estrada. O travão motor é pronunciado e a entrega de potência é muito direta. O controlo de tração e o ABS estão calibrados para a utilização off road. O controlo de tração tem uma intervenção mínima, enquanto o ABS fica apenas ativo na roa dianteira. Esta configuração permite aos entusiastas do off road, desfrutar das aventuras fora de estrada sem correr o risco de perder o controlo da moto. Mas para os que preferem ir mais além, a Moto Guzzi oferece a possibilidade do utilizador desligar por completo o controlo de tração e o ABS em ambas as rodas (apenas no modo off road).
Equipamento e acessórios
Como opcionais temos ainda a possibilidade de optarmos pelo sistema multimédia Moto Guzzi MIA, que nos permite emparelhar e gerir os nossos dispositivos móveis a partir dos comandos da moto. Com esta opção, as indicações de GPS exibidas nos nossos smartphones passam a ser também projetadas no painel da Stelvio. Tem ainda sistema de quick shift como opcional, assim como as malas laterais e top case, diversas opções de assentos, com e sem aquecimento, punhos aquecidos, proteções de motor, descanso central, luzes auxiliares, sensor de pressão dos pneus, ou cruise control adaptativo (apenas disponível na versão PFF).
Texto: Domingos Janeiro Fotos: Moto Guzzi
| FICHA TÉCNICA | |
| MOTO GUZZI STELVIO | |
| Motor: | Dois cilindros em V a 90º, 4T, refrigerado por líquido |
| Distribuição: | Duas árvores de cames à cabeça, 4 válvulas por cilindro |
| Cilindrada: | 1042 cc |
| Potência Máxima: | 115 cv às 8700 rpm |
| Binário Máximo : | 105 Nm às 6750 rpm |
| Versão limitada A2: | Não |
| Embraiagem: | Multidisco em banho de óleo |
| Final: | Por veio |
| Caixa: | 6 velocidades |
| Quadro: | Estrutura tubular em aço |
| Suspensão Dianteira: | Forquilha invertida Sachs de Ø46 mm, ajustável 170 mm de curso |
| Suspensão Traseira: | Amortecedor ajustável, 170 mm de curso |
| Travão Dianteiro: | Dois discos de 320 mm, pinças radiais 4 pistões, ABS |
| Travão Traseiro: | Disco de 280 mm, pinça 2 pistões, ABS cornering |
| Pneu Dianteiro: | 120/70-19” |
| Pneu Traseiro: | 170/60-17” |
| Comprimento Máximo: | 2195 mm |
| Largura Máxima: | 945 mm |
| Altura Máxima: | n.d. |
| Altura do Assento: | 830 mm |
| Distância entre Eixos: | 1520 mm |
| Capacidade do depósito : | 21 L |
| Peso (ordem de marcha): | 246 kg |
| Cores: | Preto e laranja |
| Garantia: | 3 anos |
| Importador: | Conceição Machado Lda |
| Preço: | 16 499€ |
| PONTUAÇÃO MOTO GUZZI STELVIO | |
| ESTÉTICA | 4 |
| PRESTAÇÕES | 4 |
| COMPORTAMENTO | 4 |
| SUSPENSÕES | 4 |
| TRAVÕES | 3,5 |
| CONSUMO | 3,5 |
| PREÇO | 4 |
