É cada vez mais difícil para as oficinas encontrar mão de obra especializada e este é um problema que, embora não sendo novo, se acentua cada vez mais. É aqui que entra a experiência e visão do brasileiro Fabricio Teixeira, que chegou a Portugal em 2005 e desde então tem-se assumido como uma peça chave na formação de novos técnicos de mecânica de motos. Já são mais de 300 centenas de profissionais formados, muitos deles a exercer a profissão a tempo inteiro, outros a aplicar os conhecimentos em negócios próprios ou como “hobbie”, mas todos eles com uma certeza, é que, depois desta formação, que tem a duração de um ano, a taxa de empregabilidade é de 100%, assim como a garantia de terem um estágio profissional no final do curso, nas principais marcas que operam no nosso país, caso assim o pretendam.
Prestes a abrir mais dois cursos de 12 meses, um em Cascais (Lisboa) e outro na Trofa (Porto), fomos conhecer as instalações de Lisboa, onde está também instalada a oficina de reparação multimarca do mentor de todo este projeto, Fabricio Teixeira.
Passar conhecimento
Fabricio Teixeira, agora com 48 anos, começou a trabalhar na mecânica de motos quando tinha apenas 18 anos, ainda no Brasil. Até que chegou o momento de embarcar na aventura europeia, tendo encontrado a base perfeita para se estabelecer, em Portugal, em 2005. Sempre ligado à mecânica nas motos, teve uma experiência em Espanha, onde trabalhou na Yamaha, KTM e Honda e onde teve a oportunidade para fazer muitas formações complementares, além das necessárias e específicas para cada marca.
Um apaixonado pela profissão e pelo conhecimento. Se em Espanha se deparou com alguma falta de qualidade técnica, em Portugal esse sentimento foi ainda maior e foi então que tomou a decisão de ele próprio fazer algo pela formação e assim nasce a formação Fabrimotos, uma das valências da sua empresa (tem também uma oficina multimarcas aberta ao público, em Cascais, no mesmo local que o centro de formação instalado na área de Lisboa), além de ser por demais evidente a escassez de mão de obra nesta área “todos os dias sou contactado por várias empresas a solicitar mão de obra”, partilha connosco o mentor da Fabrimotos. No total, entre o centro de formação de Lisboa (Cascais) e do Porto (Trofa), já foram realizados mais de 15 cursos, com mais de 300 profissionais formados.
Fabrimotos Formação Mecânica: Novos cursos
Certificação, um processo em curso
Embora os cursos estejam em processo de certificação pela DGERT, a verdade é que a qualidade dos cursos lecionados por Fabricio e mais dois formadores (todos eles com cursos de formador e com CAP) já é reconhecida pelas principais marcas a operar em território nacional (e Espanha…) e daí a procura dos profissionais que ali se formam. Ao ponto de serem identificados e sinalizados alguns potenciais “talentos” durante os cursos, que chegam mesmo a serem abordados com propostas mesmo no decorrer da formação! “A qualidade de cada um vê-se nos estágios ou quando começam a trabalhar, esse é o melhor reconhecimento ou certificado que podemos ter”, refere-nos Fabricio.Quando perguntamos sobre o “target” dos formandos, o experiente mecânico e formador responde-nos que “há alunos de todas as idades e felizmente temos vindo a notar um forte crescimento entre o público feminino, que quer fazer as nossas formações. Alguns chegam-nos com alguma experiência, mas outros nem as ferramentas conhecem. Isso é também a beleza e desafio das nossas formações, reforçar conhecimentos dos que já têm as bases, ou formar por completo alunos que não têm noções nenhumas de mecânica.”
Objectivos bem claros
Os objectivos para o formador é bastante claro “formar bons profissionais, mecânicos que saibam realmente o que estão a fazer, que percebam efetivamente de mecânica. Fico muito orgulhoso por saber que há mecânicos que fizeram a formação connosco e que estão neste momento a trabalhar no MotoGP, outro está na equipa do Ivo Lopes (BMW), é muito satisfatório para nós. Também nos queremos assumir, cada vez mais, como referência no sector da formação.”
Os cursos, que têm a duração de 12 meses, são compostos por uma parte teórica, onde são fornecidos todos os materiais de apoio aos formandos, seguindo-se depois a prática, onde todos os temas e aspectos ligados à mecânica das motos diz respeito, desde as ferramentas mais simples até às mais evoluídas, assim como as motos onde aprendem a trabalhar, que vai desde as mecânicas mais simples e antigas até às motos mais evoluídas da atualidade. Nada é deixado ao acaso e a certeza é de que, qualquer formando que termine o curso com sucesso, está pronto a trabalhar em qualquer oficina (assim tenha vontade, gosto e motivação, como é óbvio). Cada turma tem 14 alunos, por norma divididos em grupos de dois que se vão ajudando e que partilham a mesma bancada de trabalho. Turmas pequenas significa maior atenção dos formadores a cada formando.
Aprendizagem 360º
Perante a nossa questão se aprendem a trabalhar em qualquer moto, Fabricio responde-nos que “começam por motos com motores e suspensões mais convencionais, motos de um cilindro, dois cilindros, motores em V, motores em linha; aprendem a trabalhar com platinados, que hoje em dia já não se mexe, mas que serve para ficar com as bases; aprendem a trabalhar com corrente alternada (hoje em dia já tudo com corrente contínua); começam também familiarizar-se com as ferramentas, desde as menos usadas até às mais evoluídas e têm ainda aulas de solda (tig, inox, elétrica e eletrodo).
Fabrimotos Formação Mecânica: Novos cursos
Novos cursos
Em termos de custos, o curso tem uma prestação mensal de 300€, mais 300€ de inscrição, com a possibilidade de pedir um crédito pessoal ao BPI, parceiro da Fabrimotos.
Para acompanhar as mais recentes tendências e necessidades do mercado, Fabricio Teixeira tem nos planos começar a fazer cursos mais pequenos, de três meses, com aulas uma vez por semana e com um contexto diferente “a ideia será cada formando aprender a mecânica básica para fazer na sua própria moto e não um curso tão aprofundado nem tão abrangente como fazemos agora. O objetivo passa por aprender a fazer a revisão à própria moto, trocar pneus, ver níveis, etc.”
Para saberem mais informações, fazer a vossa inscrição ou saber os contactos, podem CLICAR AQUI.
POR: Domingos Janeiro FOTOS: Fabrimotos
