O primeiro que nos salta imediatamente à vista é a sua nova estética, com elementos que definem claramente a sua vocação desportiva num setup que se mantém de uma moto de turismo. Esta versão em cor azul mate, combinada com os dourados das suspensões e do lettering de designação do modelo, conferem uma imagem de exclusividade desta versão ainda mais evidente. Muito bela de facto a nova Tracer 900 GT. Os objectivos de exclamação positiva em qualquer lugar que parávamos foram sempre nesse mesmo sentido.
E se o conjunto atrai pela sua beleza e equilíbrio estético também as componentes ergonómicas e técnicas são dignas de destaque. A posição de condução foi substancialmente melhorada graças à montagem de um novo guiador, que é 10cm mais estreito e mais aberto, fazendo com que a colocação das nossas mãos no mesmo sejam numa posição de extensão mais natural dos braços.

Mas também a Tracer está agora mais confortável graças a um assento mais estreito e em simultâneo mais cómodo, pois o seu interior está mais preenchido aumentando ligeiramente a altura de espuma do mesmo em cerca de 5mm, sem no entanto penalizar a colocação dos pés no chão, graças à sua maior estreiteza na frente. O assento é também passível de ser colocado em duas posições facilitando assim a utilização por condutores de menor estatura.
A colocação das peseiras contribuem também para uma maior sensação de conforto, se bem que de início estranhámos pois, na nossa opinião, estão colocadas demasiado baixas e para trás, talvez também para que as peseiras do pendura possam ser por sua vez ser colocadas numa posição em prol do maior conforto do mesmo, proporcionando maior comodidade e menos cansaço físico em tiradas e viagens de maior distância. Notámos no entanto alguma falta de isolamento à vibração pois a partir das 5.000 rpm começamos a sentir um formigueiro estranho na sola dos pés, talvez um upgrade com borracha seja aconselhável para quem pretenda realizar viagens com a Tracer.
Em termos do conforto geral a GT tem agora um novo écran frontal com um sistema simples e eficaz de alteração da sua altura que funciona apenas com uma mão e através do simples aperto de uma mola que liberta a fixação do mesmo podendo ser facilmente regulado na sua posição. De qualquer forma o écran é algo minimalista mas suficiente para o dia a dia. Se o objectivo for o de realizar grandes viagens com a Tracer recomendamos a colocação de um écran com maior proteção aerodinâmica.
Para evoluir na componente desportiva da nova Tracer GT 2018 a mesma viu o seu quadro ser redesenhado e aumentada a sua distância entre eixos em cerca de 60mm, passando a ser agora de 1500mm graças sobretudo ao braço oscilante mais longo que permite dotar a Tracer de maior estabilidade numa condução mais desportiva.

O motor tricilíndrico da Tracer 900, com 847cc e 115CV de potência `s é também ele toda uma referência do conjunto e mantém o “punch” a que nos habituou a baixa e médias rotações acompanhado por um som de escape cheio e entusiasmante. O sistema “Ride-by-Wire” foi melhorado e a aceleração no início é agora muito mais suave e controlada tendo desaparecido totalmente aquela sensação de “on-off” que provocava algum desconforto sobretudo no pára-arranca em cidade.
Também ao nível da electrónica a GT vê os seus atributos melhorados montando agora sistema de Quick-Shift uni-direcional, o que para nós acentua ainda mais o temperamento desportivo da Tracer e favorece a utilização do binário e de uma caixa bem escalonada de 6 velocidades. Não sentimos falta de “quick-shift” nas reduções pois preferimos sempre realizá-las com a ajuda da embraiagem, que é agora deslizante e que permite suavizar o forte binário do motor “crossplane” da Tracer.
A versão GT da Tracer de 2018 inclui ainda malas laterais, esteticamente bem integradas e à cor da moto mas de dimensão contida, onde não cabe um capacete, pelo que para viagens ou mesmo no dia a dia talvez faça mais sentido montar uma top-case. A GT inclui ainda de origem, descanso central, muito útil em viagem quer para manutenção da moto quer para colocação mais fácil de bagagem.
A Yamaha Tracer 900 GT está disponível em 3 cores diferentes, Midnight Black, Nimbus Grey e Phantom Blue, esta última a versão que ensaiámos. O seu PVP de 12.595 euros que justifica plenamente os 2.000 eur mais em relação à versão normal considerando o número de acessórios e funcionalidades que inclui mantendo a sua competitividade em relação à concorrência.
Especificações Técnicas
Motor
Tipo de motor | 3 cilindros, 4 tempos, refrigeração líquida, DOHC, 4 válvulas |
Cilindrada | 847 cm³ |
Diâmetro x curso | 78,0 mm x 59,1 mm |
Taxa de compressão | 11,5 : 1 |
Potência máxima | 84,6 kW (115CV) @ 10.000 rpm |
Versão com potência limitada | N/A |
Binário máximo | 87,5 Nm (8,9 kg-m) @ 8.500 rpm |
Sistema de lubrificação | Cárter húmido |
Tipo de embraiagem | Húmida, Multidisco |
Sistema de ignição | TCI |
Sistema de arranque | Eléctrico |
Sistema de transmissão | Sincronizada, 6 velocidades |
Transmissão final | Corrente |
Consumo de combustível | 5,5 l/100km |
emissões CO2 | 127 g/km |
Chassis
Quadro | Diamante |
Curso dianteiro | 137 mm |
Ângulo do avanço de roda | 24º |
Trilho | 100 mm |
Sistema de suspensão dianteira | Forquilha telescópica |
Sistema de suspensão traseira | Braço oscilante, Tipo Link |
Curso traseiro | 142 mm |
Travão dianteiro | Disco duplo hidráulico, Ø 298 mm |
Travão traseiro | Monodisco hidráulico, Ø 245 mm |
Pneu dianteiro | 120/70ZR17M/C (58W) |
Pneu traseiro | 180/55ZR17M/C (73W) |
Dimensões
Comprimento total | 2.160 mm |
Largura total | 850 mm |
Altura total | 1.375 mm max 1,430 mm |
Altura do assento | 850 mm max 865 mm |
Distância entre eixos | 1.500 mm |
Distância mínima ao solo | 135 mm |
Peso (incluindo óleo e gasolina) | 215 kg (side cases + brackets: +12kg) |
Capacidade Dep. Combustível | 18 L |
Capacidade Dep. Óleo | 3,4 L |