Ford pondera cortes na Europa, alerta o Sunday Times

03/09/2018

Ford’s new state-of-the-art Environmental Test Centre puts all the world’s weather under one roof, enabling engineers to test forthcoming vehicles – from a small Ford KA+ to a two-tonne Ford Transit in the most demanding conditions and make whatever weather they want at any time of the day.
A informação veio do jornal britânico, onde se pode ler que, além de poder dispensar 12% da sua força laboral, existe o risco dos cortes na Ford também se estenderem à rede de concessionários e à gama de modelos

Depois de ter perdido 62 milhões de euros entre abril e junho, no segundo trimestre do ano, a Ford estará a avaliar a possibilidade de uma reestruturação na Europa, que pode significar despedimentos e fecho de concessionários. A informação foi difundida pelos britânicos do Sunday Times, onde é referido que a pouca competitividade de alguns dos modelos da atual gama será um dos motivos para a atual situação negativa das operações europeias da oval azul. Por isso, dos cortes na Ford podem fazer também parte a eliminação de alguns dos automóveis atualmente no mercado, como os monovolumes S-Max e Galaxy e também o sedan Mondeo. Mas, em sentido inverso, o fabricante poderá apostar ainda com mais força nos SUV, tirando partido de uma gama que é atualmente composta pelo Ecosport, o Kuga e o novo Edge.

Referindo números claros para os potenciais cortes na Ford, o Sunday Times vem indicar que 12% do total de 202.000 funcionários da marca no ‘Velho Continente’ podem sair da empresa. No entanto, não é referido se a ideia passará por despedimentos ou antes por antecipar a reforma de alguns trabalhadores, o que seria provavelmente uma operação com menos custos. Segundo é referido, para melhorar a eficiência, a empresa poderá também vir a encerrar alguns dos seus concessionários.

O Presidente da Ford na Europa, Steve Armstrong, terá dito a este meio de comunicação que a empresa está “a atacar agressivamente os custos, implementando programas de eficiência de produção e das fábricas”, algo que visa reduzir os custos de fabrico dos automóveis e também na aquisição dos componentes, e também a quantidade de capitais que estão alocados ao funcionamento das operações nesta região. Embora com as devidas diferenças entre as empresas, há que dizer que a reorganização de toda a cadeia de produção pela utilização de componentes partilhados por vários modelos e aumento da eficiência no fabrico, cujos benefícios são a redução do preço por cada unidade fabricada, conseguir um ponto de break-even mais baixo e ainda melhorar os lucros por automóvel vendido, é considerada uma das bases para a bem sucedida recuperação da Opel por parte do Grupo PSA. E, também neste caso, houve uma reorganização da gama de modelos.

Há que referir que esta notícia sobre os cortes na Ford surge poucos dias depois de uma revisão em baixo da cotação da empresa por parte da Moody’s, no que se refere à obtenção de crédito, em que foi colocada apenas num nível acima de lixo. Para essa avaliação teve importante peso o plano de recuperação da empresa que foi anunciado pelo CEO, Jim Hackett, que deve ter um custo próximo de 9,5 mil milhões de euros e levar anos a completar.