Como 12 mil bicicletas vão travar abandono escolar

21/02/2024

As bicicletas desempenham um papel importante na promoção da inclusão e mobilidade, em especial em países desfavorecidos, representando um meio acessível e eficaz de transporte. Em muitas comunidades carentes, onde as infraestruturas de transporte são limitadas, as bicicletas tornam-se um instrumento valioso para superar desafios de deslocação.

 

Sendo financeiramente veículos acessíveis, as bicicletas são uma opção viável para uma ampla parcela da população em países desfavorecidos. Além disso, as bicicletas oferecem uma solução amiga do ambiente, contribuindo para a redução da poluição e mitigação das alterações climáticas.

Ao proporcionar uma forma de transporte, as bicicletas facilitam também o acesso a oportunidades educacionais e de emprego, no acesso a serviços de saúde, permitindo que as comunidades mais remotas alcancem mais facilmente clínicas e hospitais.

Foi a pensar neste tipo de benefícios que o governo de Moçambique lançou um projeto em que as bicicletas podem desempenhar um papel de travão ao abandono escolar.

Programa “Eu sou capaz”

Cerca de 12 mil raparigas que estudam em 87 escolas secundárias de seis províncias de Moçambique receberam bicicletas para reduzir as dificuldades no acesso à educação, ao abrigo do programa “Eu sou capaz”.

As bicicletas foram entregues esta segunda-feira às estudantes matriculadas na nona classe das escolas secundárias selecionadas nos distritos de Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, Manica, Sofala e Maputo, “como forma de reduzir a desistência escolar por motivos de distância em relação à escola”.

A entrega das 12 mil bicicletas decorreu nas seis províncias em simultâneo e, no distrito de Nicoadala, Zambézia, a cerimónia contou com a presença do secretário de Estado da Juventude e Emprego, Oswaldo Petersburgo.

O programa “Eu sou capaz” é desenvolvido pelo Instituto Nacional da Juventude e foi lançado em abril de 2021 no distrito de Gondola, província de Manica, por Isaura Ferrão Nyusi, primeira-dama de Moçambique e patrona do projeto.

Tem por objetivo “reter a rapariga na escola”, mas também “proporcionar melhores oportunidades de educação e acesso a serviços para raparigas, adolescentes e mulheres jovens”.

O programa é financiado pelo Banco Mundial, em cerca de 38 milhões de dólares, envolvendo também ações de formação e iniciativas de emprego e autoemprego, visando ainda a redução dos índices de casamentos prematuras em Moçambique.