Condução autónoma está a acelerar inovação na indústria automóvel

24/08/2020

Autonomous Parking Concept

Foi recentemente divulgado o ranking World’s Most Innovative Companies 2020, da BCG (Boston Consulting Group) que destaca as 50 empresas mundiais mais inovadoras.

A metodologia é baseada no inquérito anual de tendências de inovação que o BCG realiza a mais de 2.500 executivos globais e na sua base de dados de desempenho de inovação que engloba centenas de empresas.

Esta é a 14ª edição desta classificação.

A Apple subiu duas posições face à anterior classificação, facto que lhe permitiu ascender à liderança deste ranking, ultrapassando a Alphabet.

A predominância de empresas tecnológicas é, aliás, elevada, com este setor a dominar largamente a metade superior da classificação.

Indústria automóvel com 5 marcas

Em termos de indústria automóvel, a edição deste ano coloca 5 fabricantes no ranking: Tesla (11ª da geral), Volkswagen (32ª), Toyota (41ª), Fiat Chrysler Automobiles FCA (46ª) e Volvo Cars (49ª).

A Bosch, como fornecedor de componentes para a indústria automóvel, também está na lista, ocupando o 33º lugar da classificação geral de 2020.

Este é, de resto, o primeiro ano que tanto a FCA como a Volvo Cars integram esta lista “Top 50” de inovação.

Em reação, a marca sueca considera que esta análise realça o percurso que a empresa sueca tem realizado ultimamente.

“Nos últimos anos, a Volvo Cars tornou-se num verdadeiro player global na indústria automóvel tendo sido o primeiro construtor automóvel tradicional a assumir um compromisso total com a eletrificação”, salienta o construtor nórdico.

“Nos próximos anos, a Volvo Cars pretende estabelecer-se como líder em eletrificação realizando milhões de relações diretas com o consumidor através de novas formas de mobilidade esperando desempenhar um papel de referência na introdução segura de novas tecnologias de condução autónoma onde a componente digital desempenhará um papel fundamental”, comenta a Volvo.

Novas oportunidades de negócio

Os especialistas da BCG referem ainda que setores como o automóvel, indústrias como a química ou gigantes do retalho, entre outros “players” empenhadas noutras atividades estão a reconhecer oportunidades de negócio em modelos novos, e alguns associados a softwares, que, outroura, estava, fora do seu “core”.

Esta tendência disruptora que começa a ganhar relevo está a levar à construção de ecossistemas que reúnem as capacidades de vários participantes numa nova plataforma ou oferta de serviço.

A mudança da indústria automóvel em direção à condução autónoma e ao abraçar de novos padrões de mobilidade é apontada como um exemplo disso mesmo, com parcerias entre firmas tecnológicas e indústria automóvel.

Por seu lado – observa ainda a BCG – o universo IoT e de outras tecnologias estão a gerar oportunidades para as empresas tradicionais, transformando-as.

Um dado interessante a salientar: das 162 empresas que estiveram na lista da BCG das 50 empresas principais no capítulo da inovação nos últimos 14 anos, quase 30% apareceram apenas uma vez – e 57% apareceram três vezes ou menos. Apenas 8 empresas estão na lista em cada ano: Alphabet, Amazon, Apple, HP, IBM, Microsoft, Samsung e Toyota.

A verdadeira inovação é difícil, concluem estes analistas.

Veja a classificação das 50 empresas mais inovadoras de 2020, segundo a BCG: