Nissan Leaf autónomo andou a passear pelo Reino Unido durante 370 km

12/02/2020

NISSAN GRAND DRIVE
O consórcio HumanDrive, liderado pela Nissan, está a desenvolver a condução autónoma, tendo efetuado um teste de 370 km por todo o Reino Unido. A rota incluiu diversos ambientes rodoviários, tais como rotundas complexas e estradas secundárias rápidas sem marcações, linhas brancas ou bermas.

Um projeto de investigação que visa avaliar as mais recentes tecnologias de condução autónoma concretizou com sucesso uma viagem de 370 km com navegação autónoma pelas estradas do Reino Unido.

O projeto, chamado HumanDrive, foi fundado conjuntamente pelo governo do Reino Unido, através do Centro de Veículos Autónomos Conectados (CCAV, na sigla em inglês) e da Innovate UK, e por outros dez parceiros do consórcio, entre os quais a Nissan.

Segundo a Nissan, o projeto de investigação concluiu com sucesso dois testes: uma viagem de 370 km com navegação autónoma pelas estradas – denominado “GrandDrive” – utilizando tecnologia avançada de posicionamento; e uma análise baseada em testes de pista, que explorou a condução semelhante à humana, usando aprendizagem automática para melhorar a experiência do utilizador.

Automóveis de teste foram Nissan Leaf

A viagem GrandDrive foi concluída com sucesso a 28 de novembro de 2019, com dois engenheiros a bordo a monitorizar permanentemente as ações do Nissan Leaf. Ambos receberam formação integral para a realização de testes de veículos autónomos, permanecendo um ao volante, preparado para assumir o controlo em caso de necessidade e o segundo a supervisionar os sistemas de controlo e monitorização do automóvel. A viagem GrandDrive também foi realizada com o conhecimento e apoio de todas as autoridades de ordenamento rodoviário relevantes.

Os automóveis de teste foram Nissan Leaf, equipados com tecnologias GPS, radar, LIDAR e câmaras, que criam uma perceção do mundo à sua volta. Utilizando o mundo percecionado, o sistema consegue tomar decisões acerca de como circular nas estradas e contornar os obstáculos que encontra numa viagem.

30 meses de trabalho

A distância percorrida neste périplo “GrandDrive” foi desde Cranfield, em Bedfordshire, até Sunderland, sendo o culminar de 30 meses de trabalho por parte do consórcio HumanDrive.

“O Reino Unido está a tornar-se rapidamente num líder em veículos inteligentes e automatizados e em tecnologia de gestão de trânsito, um enorme setor global preparado para criar milhares de empregos. O nosso documento programático ‘Future of Mobility: Urban Strategy’ apoia a inovação nos transportes com vista a um transporte mais limpo, mais ecológico e mais inteligente e o bem-sucedido projeto HumanDrive da Nissan é um exemplo interessante daquilo que poderá ser a próxima fase da revolução dos transportes no Reino Unido” – Ministro para o Futuro dos Transportes do Reino Unido, George Freeman.

Um dos aspetos fundamentais do projeto consistia no desenvolvimento de um sistema avançado de controlo de veículos autónomos. “É importante garantir que os futuros sistemas avançados de condução autónoma criam uma experiência confortável e familiar para os utilizadores à medida que avançamos rumo a um futuro com mais conexões e mais autonomia”, refere a Nissan.

A viagem de 370 km permitiu pôr em prática as lições aprendidas numa variedade de cenários de condução, tendo por objetivo a capacidade de circulação em estradas secundárias sem quaisquer ou com poucas marcações, em cruzamentos, rotundas e autoestradas. A tecnologia autónoma foi utilizada ao longo do percurso também para as mudanças de faixa, acesso a outras vias, e paragens e arranques, quando necessário.

Natasha Merat, Professora Catedrática em Fatores Humanos de Sistemas de Transporte na Universidade de Leeds, explica que “o principal objetivo do projeto é que o automóvel do HumanDrive viaje de um modo que seja confortável, natural e, em última instância, confiável para o utilizador. A integração de controladores com respostas semelhantes aos humanos nos veículos automatizados permite uma experiência mais tranquila e confortável para os condutores e o desenvolvimento do nosso algoritmo está a tentar conseguir isto, assim como perceber o que as pessoas pretendem de uma experiência de condução automatizada. Utilizando o nosso simulador de condução de última geração, passámos os últimos 30 meses a desenvolver novos modelos de controlo para veículos automatizados, usando dados de uma diversidade de participantes, que são posteriormente avaliados por condutores e comparados com um registo da sua própria condução”.

“O projeto HumanDrive permitiu-nos desenvolver um automóvel autónomo que consegue superar desafios encontrados nas estradas, tais como rotundas complexas e estradas secundárias rápidas sem marcações, linhas brancas ou bermas” – Bob Bateman, Gestor de Projeto do Nissan Technical Centre, na Europa.

Aprendizagem automática

A segunda parte do projeto HumanDrive analisou como as tecnologias de aprendizagem automática da Inteligência Artificial podem melhorar a experiência do utilizador e o conforto dos passageiros dos automóveis conectados e autónomos.

Os Nissan Leaf utilizados como automóveis-piloto foram testados com sucesso em pistas privadas, integrando sistemas de inteligência artificial desenvolvidos por outro membro do consórcio, a Hitachi Europe, os quais permitem a aprendizagem automática em tempo real.

“Ao criar um conjunto de dados de cenários de trânsito e soluções previamente escolhidas, é possível utilizar esta ‘experiência aprendida’ para lidar com cenários similares no futuro e delinear uma rota segura em torno de um obstáculo”, afirma a Nissan.

Estas tecnologias foram sujeitas a um processo de testes e desenvolvidas com a utilização de uma diversidade de recursos, incluindo equipamentos de simulação, hardware com simulação virtual e variadas pistas de testes privados.

O FINANCIAMENTO CONJUNTO PARA O PROJETO TOTALIZOU CERCA DE 16 MILHÕES DE EUROS.

“Concluir em segurança a mais longa viagem em condução autónoma na Grã-Bretanha é uma proeza incrível para a Nissan e para o consórcio HumanDrive, e um passo enorme rumo à implantação de automóveis sem condutor nas estradas do Reino Unido. Este projeto é um exemplo brilhante de como a indústria automóvel, ao trabalhar com o governo, consegue fazer avançar a tecnologia de modo a beneficiar a mobilidade das pessoas, ajudando simultaneamente a reduzir as emissões de carbono” – Ministro do Comércio do Reino Unido, Nadhim Zahawi.

O HumanDrive foi, ainda, para lá do desenvolvimento de tecnologia de condução autónoma. A investigação também se focou na melhoria das funcionalidades de cibersegurança dos automóveis de condução autónoma, no desenvolvimento de testes e metodologias de segurança para testes de condução autónoma e na investigação das implicações dos automóveis de condução autónoma num sistema de transportes mais alargado.

Wolfgang Schuster, Diretor Técnico de Mobilidade Inteligente, Atkins, elucida que o HumanDrive “proporcionou contributos significativos relativamente ao estabelecimento de normas para uma estrutura de cibersegurança que será fundamental para o desenvolvimento de estruturas de certificação completas para o futuro do ecossistema de mobilidade. Penso que é justo dizer que o HumanDrive permitiu um enorme passo rumo à possibilidade da implantação segura e fiável de veículos autónomos conectados nas estradas”.

O que se segue?

Permanecendo, por agora, como um projeto de investigação sediado no Reino Unido, as lições aprendidas com o HumanDrive ajudarão os futuros sistemas de condução autónoma a nível global, aponta a Nissan, através de David Moss, Vice-presidente Sénior para a Investigação e Desenvolvimento na Europa, da Nissan Europa: “A visão de Mobilidade Inteligente da Nissan passa por desenvolver tecnologias de condução autónoma para utilização em todos os nossos automóveis em qualquer zona do mundo. A porta está agora aberta para se prosseguir com este bem-sucedido projeto de investigação do Reino Unido, à medida que rumamos para um futuro mais autónomo, mais elétrico e mais conectado”.