M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Transformar água em hidrogénio e oxigénio para usar como combustível em automóveis é cada vez mais comum. Mas a água doce é um bem precioso e utilizá-la para utilizações paralelos significa retirar um recurso que representa vida ou morte em alguns locais do planeta. Usar água salgada seria ideal, se não fosse um obstáculo ao processo dos átomos de hidrogénio e oxigénio na água. Mas e se houvesse uma maneira de eliminar esse obstáculo? O elemento mais comum da Terra passaria a ser uma fonte de energia limpa para automóveis.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Um grupo de cientistas da Universidade de Stanford nos Estados Unidos, encontrou uma froam de gerar hidrogénio a partir da água salgada, sem que o cloro aja como agente corrosivo do equipamento. A equipa liderada por Hongjie Dai utilizou elétrodos cobertos com camadas ionizadas de níquel para repelir o cloro, e painéis solares para fornecer energia ao equipamento responsável pela eletrólise, processo que transforma água em átomos separados de hidrogénio e oxigénio. Sem as diferentes combinações de níquel ionizado, os elétrodos teriam que ser substituídos a cada 12 horas, mas agora funcionar pelo menos 100 vezes mais tempo. O processo ainda foi feito com uma máquina de pequenas dimensões, mas o conceito é adaptável a utilização a nível industrial, caso haja empresas interessadas.

O sistema criado pela equipa de Stanford conseguiu gerar 10 vezes mais eletricidade, tornando viável a transformação de água salgada em hidrogénio. Isto transforma todo o oceano numa potencial fonte de energia limpa, que poderá tornar os automóveis equipados com células de combustível movidas a hidrogénio muito mais baratos, com acesso fácil à sua fonte energética. Ao mesmo tempo, o sistema também poderá aproveitar o oxigénio para equipamento médico ou de mergulho.