M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Um elemento que se popularizou nos automóveis, seja como extra montado no carro ou recorrendo à conectividade para telemóvel, é o GPS. O sistema de localização global facilitou muito a vida, tanto para navegar por cidades desconhecidas como para encontrar lojas e negócios dentro da própria urbe onde vivemos. Ou também para criar rotas para descobrir novas surpresas em viagens de fins de semana.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Mas o GPS representa um risco para o desenvolvimento cerebral. Ao tornar-se uma muleta, pode correr o risco de alienar o nosso cérebro do nosso meio ambiente. Um estudo feito pela UCL (Universidade de Londres) e publicado na revista científica Nature (um dos autores é o português João Pinelo Silva), revelou que, quando um condutor utiliza o GPS, muitas áreas do cérebro simplesmente desligam-se completamente.

Basicamente, o estudo baseia-se na informação já conhecida que, quando uma pessoa está ao volante, áreas como o hipocampo (responsável pela memória) e o córtex pré-frontal (responsável pelas decisões) trabalham ativamente para definir a rota mais rápida entre dois pontos, especialmente numa cidade, onde as dimensões das ruas e o fluxo normal do trânsito podem obrigar a procurar alternativas. No entanto, com o GPS, estas áreas ficam simplesmente desligadas.

Embora este estudo indique que esta falta de utilização do cérebro corre o risco de o tornar “preguiçoso” quando necessita de analisar informação, o principal propósito do estudo é apontar métodos de gestão de espaço que possam facilitar a vida a pessoas com problemas de memória ou degeneração cerebral.