M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A Força Aérea Britânica (RAF) poderá estar a um passo de introduzir drones com inteligência artificial no terreno. Estes drones vão ter a capacidade de conduzir operações sozinhos, localizando os seus alvos e depois decidindo quando atacar, sem necessidade de intervenção humana. O governo britânico já negou que vai adotar este tipo de armamento, mas uma investigação feita pelo site Drone Wars UK, dedicado a investigar as aplicações militares de drones, aponta para as forças armadas britânicas já estarem a testar esta tecnologia.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

O secretário de estado do Ministério da Defesa britânico, Gavin Williamson, já admitiu que os drones autónomos vão ser uma realidade inevitável, e que esta tecnologia deverá estar pronta para ser usada em missões por volta de 2030. De acordo com Williamson, um drone vai estar equipado com um sistema de inteligência artificial que lhe vai permitir, depois de colocado no ar, localizar um alvo, analisar o terreno e decidir quando e onde atacar, assim como a força necessária e o grau de proporcionalidade de resposta a ataques, sem a necessidade de qualquer intervenção humana.

Essencialmente, isto vai tornar estes aviões militares não pilotados capazes de decidir quando será possível acabar com uma vida humana. Considerações éticas não têm sido obstáculo, mesmo no ocidente, para a pesquisa nesta área. O governo britânico negou estar a fazer investigação nesta área, mas tem bloqueado a criação de resoluções nas Nações Unidas para banir este tipo de armamento antes que ele exista, e a investigação da Drone Wars UK indica que esta tecnologia já está a ser testada na base aérea da RAF de Wyton.

Nos Estados Unidos, a Google abandonou o Projeto Maven, gerido pelo Pentágono, que quer criar inteligência artificial para uso em operações militares. A BAE Systems, um fornecedor de material de guerra para o governo americano, já está a testar sistemas autónomos no Taranis, um avião-espião supersónico, invisível ao radar, e que este já é capaz de cumprir todos os parâmetros das suas missões sozinho. De acordo com o testemunho de Stuart Russell, professor na Universidade da Califórnia, que não são precisos mais de dois anos para conceber e produzir drones autónomos armados.