Pilotos treinam em simulador de 1 milhão de euros

07/04/2020

Jogo Out Run é lançado em 1986
Muitos ainda se lembrarão das horas passadas nas máquinas dos salões de jogos, ao volante do Ferrari Testarossa Spider, a jogar “Out Run” com a rapariga loira ao nosso lado. Nesta altura de confinamento, a única forma que os pilotos profissionais têm de continuar a treinar, afastados das pistas reais, é recorrendo aos simuladores.

O jogo era muito divertido, mas não seria o mais indicado para os padrões de exigência de uma prova de Fórmula 1 e a realidade dos simuladores atuais está a anos-luz do saudoso “Out Run”.

O que no início não passava de uma atividade, meramente, lúdica é hoje levado muito a sério pelas equipas e pelos seus pilotos, fazendo parte da rotina de treino passar umas horas no simulador. Atualmente, é possível termos simuladores domésticos impressionantes. O limite é quanto dinheiro queremos gastar e quase todos os pilotos têm um em casa, reconhecendo os benefícios, sobretudo na concentração e nos reflexos. No entanto, o austríaco Philipp Eng, 30 anos, que já competiu em várias categorias de velocidade, e é agora piloto da BMW Motorsport no DTM, diz: “O simulador que tenho em casa até é bastante bom e está ao alcance da maioria das pessoas, mas o simulador da BMW Motorsport está a milhas de distância do meu, pois está assente numa plataforma móvel e conseguimos sentir quando os pneus sobem o corretor, bem como as irregularidades no alcatrão. Para mim o comportamento do carro é pouco diferente da realidade.”

O piloto Philipp Eng treina no simulador que está na pista de Nürburgring

Na verdade, a maioria das equipas de competição é adepta da tecnologia e a BMW Motorsport não é exceção. O simulador existente nas instalações em Munique, custa 1 milhão de euros, e é utilizado tanto para o desenvolvimento dos carros de competição, como para treino dos pilotos, que o podem fazer, arriscando mais, de uma forma completamente segura. O fenómeno das competições virtuais está na sua melhor forma. Infelizmente, devido ao estado atual de confinamento que vivemos nas últimas semanas, e com o calendário de provas reais parado, as corridas de Fórmula 1 disputam-se assim nos ecrãs de computador, com pilotos das pistas “reais” a competirem com congéneres das pistas “virtuais” no campeonato eSports.

Lewis Hamilton treina num simulador semelhante a um monolugar

O jogo que serve de base para esta “brincadeira” séria é o F1 2019 e a segunda prova teve de ser disputada no circuito de Albert Park, em Melbourne, utilizado no GP da Austrália, por causa de o circuito de Hanoi, no Vietname não existir na época de 2019. A corrida foi ganha por Charles Leclerc, da Ferrari, na sua estreia oficial em desportos virtuais; Christian Lundgaard, da academia da Renault ficou em segundo; George Russell da Williams em terceiro; o irmão de Charles Leclerc, Arthur, levou o segundo Ferrari ao quarto lugar; Antonio Giovinazzi conseguiu o quinto lugar com o seu Alfa Romeo. Mas, não é só nos automóveis que devido a esta paragem forçada, a competição está a acontecer no mundo virtual. Naquele que foi o primeiro #StayAtHomeGP, disputado em seis voltas no circuito de Mugello, em Itália, num formato mais condensado do que o de uma prova real, o piloto Alex Márquez leva a Honda RC213V ao primeiro lugar. Já o seu irmão mais velho Marc Márquez terminaria em quinto lugar, tornando a Repsol Honda Team na primeira equipa oficial a ganhar corridas no mundo real e virtual.

 
Marc Marquez treina num simulador muito semelhante à sua Honda HRC

Neste video, o piloto Philipp Eng mostra-nos como é treinar no simulador em casa.

Aqui, Jimmy Broadbent, youtuber especialista em corridas virtuais mostra-nos o simulador da BMW Motorsport, que custa 1 milhão de euros.

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