A primeira aldeia humana na Lua já está a ser desenvolvida

Depois de meio século sem que um ser humano dê um passo na Lua, a humanidade está pronta para regressar ao satélite natural estelar. Várias agências nacionais e empresas privadas têm passado os últimos anos a desenvolver conceitos e tecnologias com vista a criar uma presença humana permanente, e as habitações das pessoas que vão viver na Lua já foram idealizadas e podem começar a ser construídas, com o novo projeto da Aldeia Lunar criada pela firma americana de arquitetora Skidmore Owings & Merrill (SOM).

O projeto foi criado em conjunto com o Instituto de Tecnologia de Massachusets (MIT) e com a Agência Espacial Europeia (ESA), que tem planos para montar uma missão permanenente, tal como as rivais NASA, Roscosmos e CNSA. A participação do MIT permitiu à SOM idealizar uma habitação que permita a seres humanos sobreviverem no ambiente hostil da Lua, onde não existe atmosfera nem campo eletromagnético.

A aldeia humana que a ESA vai construir na Lua vai ser baseada na Cratera Schackleton, junto ao Polo Sul lunar, em que as orlas estão sempre expostas ao sol, mas o interior é completamente escuro. A SOM recebeu instruções para criar um ambiente o mais autossuficiente possível, com utilização local de recursos, incluindo a água que está presente em depósitos debaixo do solo para extração de oxigénio e hidrogénio ou a luz solar na orla da cratera para geração de energia elétrica.

Os módulos pressurizados usados para construir a colónia lunar vão ser ultraleves, enchendo-se de ar e expandindo-se para crescimento futuro da colónia. Cada edifício terá que três ou quatro andares com espaço para trabalho, recriação, quartos de dormir e sistemas de suporte de vidas, bem como controlos ambientais. O exterior dos edifícios terá que ser resistente a temperaturas extremas, projéteis (incluindo meteoritos), pó lunar e radiação solar. A Agência Espacial Europeia espera ter a sua aldeia na Lua a funcionar por volta do ano 2050.