Estudo confirma que em algumas artérias das cidades os níveis de poluição rodoviária aumentam até 60 por cento. E a culpa é das lombas…

As lombas ou bandas sonoras são ferramentas com eficácia comprovada no controlo da velocidade em pontos nevrálgicos das cidades. Mas com custos para a qualidade do ar. É isto que defendem algumas entidades na área da saúde, com a divulgação de estudos que apontam que as lombas estão associadas ao aumento das emissões poluentes nas zonas urbanas. Isto porque são muitos os condutores que tendem a travar e a reduzir a velocidade sempre que se preparam para ultrapassar o obstáculo.

O estudo mais recente, elaborado pelo National Institute for Health & Care Excellence (NICE), no Reino Unido, confirma exatamente que os efeitos da travagem, mais ou menos brusca, e da aceleração, para retomar velocidade, provocam o aumento considerável dos consumos e das emissões poluentes naquelas artérias.

As conclusões, publicadas pelo jornal britânico ‘The Telegraph’, tiveram por base os dados recolhidos numa estrada com lombas a norte de Londres e de uma outra, na mesma região, mas com mais modernos dispositivos redutores de velocidade, em vez das tradicionais bandas sonoras. E os resultados não deixam dúvidas.

No mesmo período de estudo, ao longo de vários dias, provou-se que uma lomba convencional pode provocar um aumento de até 60 por cento nas emissões médias de óxido de nitrogénio (NOx), além de um incremento de 47% na medição de partículas na atmosfera. “Um estilo de condução em que se produzem constantes travagens e arranques faz com que se produza também uma emissão extra de partículas derivadas das pastilhas de travão e dos pneumáticos.», Ralph Bagge, responsável do NICE.

Veículos de emissões zero? Não existem!

Outro estudo realizado recentemente pelo departamento de pesquisa do ‘King’s College’ de Londres confirma que as finas partículas geradas pela travagem e que são enviadas para a atmosfera têm efeitos nocivos para a saúde e o meio ambiente. Ian Mudway, o especialista responsável pela investigação afirmou: “Atualmente, o foco nas emissões dos motores Diesel é totalmente justificado, mas devemos não esquecer ou desvalorizar a importância de outros componentes, como os metais que resultam da fricção, especialmente das pastilhas de travão nos discos».

As partículas emitidas pelo desgaste dos discos e pastilhas são essencialmente de metais como ferro, cobre e magnésio, a que se acrescenta minúsculas partes de borrachas provenientes dos pneus. E estas estão em todos os veículos, independentemente do tipo propulsão utilizada. “Não existem veículos de emissões zero…”, sublinha Ian Mudway.