O triunfo categórico do piloto do Skoda Fabia Evo na prova do Clube Automóvel de Amarante (CAA) provocou a permuta de posições no topo do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), antes da derradeira jornada em solo algarvio (dias 14 e 15 de novembro).
.A vantagem conquistada por Armindo Araújo é escassa, o que levou o piloto da equipa The Racing Factory a referir ao MOTOR 24, no final do rali nortenho – nota elevada para a organização do CAA em tempos tão difíceis e de grande incerteza – que «não há muito a gerir».
Na verdade, a diferença é de 8,88 pontos (reais), uma vez que os pilotos da frente do CPR prescindirão, certamente, da pontuação registada no Vidreiro/Centro de Portugal de má memória.
«Quem ficar à frente do outro, é campeão», sublinhou Armindo Araújo, que prometeu: «vamos com tudo, com o espírito de lutar pela vitória e esperar pela estrelinha da sorte, que também é importante».
O facto de o Rali Casinos do Algarve não ser em piso de terra deixa Bruno Magalhães mais confiante.O piloto do Team Hyundai Portugal recordou ao MOTOR 24 que «temos sido competitivos em asfalto, Sabemos que continua tudo em aberto, e pode dar-se o reverso da medalha. Há pontos bónus em jogo, incluindo a power stage e vamos para tentar ganhar», adiantou o piloto do Hyundai i20.
Neste duelo pelo título, poderão intrometer-se outros pilotos, nomeadamente Ricardo Teodósio. O ainda campeão nacional correrá em casa e quer despedir-se do título com uma vitória.
«Na minha terra, a música vai ser outra», promete o piloto algarvio.
O passo (quase) decisivo de Daniel Nunes nas 2 RM
O triunfo, alcançado in extremis, no Terras de Aboboreira, foi difícil, muito suado e arrancado a ferros apenas no último troço».
O piloto referiu que «imprimimos um ritmo forte desde o início e andámos sempre na luta pela vitória. Numa prova com apenas seis troços, sabíamos que tínhamos de dar o máximo em todos».
Daniel Nunes recordou que «entrámos para a última especial a apenas 1,2segundos da liderança, fomos à luta, vencemos a especial e ganhámos com 3,2 segundos de vantagem».
No entanto, Nuno Mota Ribeiro não deita foguetes antes da festa: «vamos encarar o Rali Casinos do Algarve com a máxima concentração, pois até ao lavar dos cestos é vindima».
A uma prova do final do CPR, Ricardo Sousa, em dupla com Luís Marques, conquistou o título júnior.
O piloto do Peugeot 208 R2 da equipa Prolama sublinhou que «tão importante como as conquistas, foi o andamento que conseguimos imprimir durante todo o ano e a confiança que ganhámos, o que me deixa motivado para novas conquistas», referiu o jovem campeão.
Lucas Simões: o jovem campeão que veio das motos
Depois de oito anos a competir nas motos, na modalidade de trial, Lucas Simões fez a sua estreia, em 2016, nos automóveis, mas só na época seguinte realizou uma temporada completa nos ralis, ao volante de um Renault Mégane RS.
Aos 22 anos, Lucas Simões, com Simplício Gonçalves ao lado no Mitsubishi Lancer Evo VI, conquistou o Campeonato Norte de Ralis, com quatro vitórias em cinco provas.
«Na caminhada para este título, passámos em troços e locais onde eu costumava ver todos os anos o Rali de Portugal, em Fafe ou Amarante. São momentos que tornam tudo mais especial», referiu o jovem campeão.
«Penso que fomos bastante consistentes ao longo da época, cumprindo sempre os objetivos que traçámos prova a prova e só falhámos a vitória no Rali Alto Tâmega porque tivemos um problema mecânico», recordou o jovem piloto bracarense.
Depois de oito anos a competir nas motos, na modalidade de trial, Lucas Simões fez a sua estreia em 2016 nos automóveis em 2016, mas só na época seguinte realizou uma temporada completa nos ralis, ao volante de um Renault Mégane RS.
Duas s épocas depois, Lucas Simões optou pelo Misubishi Lancer Evo VI. Em 2019, sagrou-se vice-campeão Norte e este ano conquistou o título.
Vítor Pascoal e a estreia positiva do N5
O regresso, três anos depois, aos pisos de terra, foi estimulante para Vítor Pascoal, O bicampeão nacional de ralis GT deixou o Porsche 911 GT3 e estreou o Nissan Micra N5 da espanhola RMC Motorsport.
«Foi uma espécie de teste em competição pois esta unidade não tinha feito qualquer rali de terra e não tinha um set-up base para estas condições», explicou o piloto do Baião Rallye Team.
«Alterámos a afinação da suspensão para a secção da tarde, mas precisávamos de ter efetuado um verdadeiro teste antes da prova, pois foi uma mudança demasiado radical e o carro ficou muito duro», referiu.
No entanto, o balanço foi positivo:
«Diverti-me bastante e senti que o carro tem potencial para explorar. Era possível ter sido mais rápido, se tivéssemos uma base de afinação adequada para a terra. Gostava de repetir a experiência no futuro», acrescentou Vítor Pascoal, que participou na prova do Campeonato Norte de Ralis, em que foi o mais rápido, mas sem contar para a classificação oficial.