Em entrevista emitida no programa TSF Motores, o líder federativo aponta como causas «razões meramente financeiras» e sublinha que houve queixas de equipas estrangeiras, prejuízos para as portuguesas e adianta que «perante a FIA o assunto também não foi bem esclarecido».
Sem qualquer certeza quanto ao futuro do Rali dos Açores no Europeu, Ni Amorim faz balanço positivo da retoma das competições, apesar de mais de uma centena de provas canceladas.
A retoma das principais competições nacionais «tem corrido muitíssimo bem», na avaliação de Ni Amorim, que sublinha o cumprimento e execução do plano de contingência como razão dos bons resultados alcançados.
O presidente da entidade federativa nacional, na hora de fazer um balanço aos primeiros meses na nova normalidade do desporto automóvel nacional, sublinha que «a retoma tem corrido muitíssimo bem. Fizemos as provas e, por onde passámos já foi ultrapassado o período de quarentena, à exceção deste último rali (Alto Tâmega), e não deixámos qualquer problema, o que quer dizer que respeitámos todas as medidas de segurança e cumprimos todas as medidas de segurança Executámos bem o nosso plano de contingência, que nos deixa, naturalmente, satisfeitos, porque vivemos num período de muitas incertezas».
Em relação ao futuro, o horizonte é de incerteza:«Não sabemos como vão ser os próximos três meses; infelizmente ninguém pode prever. Mas, o que mais espero é que os campeonatos possam terminar, nem que se prolonguem mais tarde no tempo que estava previsto, no caso do karting e das Ilhas, para que se possam fechar as competições».
No entanto, há disciplinas que não retomaram a atividade. Ni Amorim adianta que «no final de julho, identificámos mais de uma centena de provas canceladas, o que não foi surpresa para mim. Era expectável, porque a maioria das provas do primeiro semestre não foi reagendada por falta de apoios, normalmente em termos de provas mais pequenas, que dependem das câmaras municipais e que são mais difíceis de controlar em termos de público. Foi o caso das superespeciais e das perícias, feitas nas cidades e com público. Era de prever que tivéssemos problemas nessa área, como veio a acontecer. Umas por causa do público, que acrescenta perigo ao desporto automóvel; outras por falta de verba dos próprios municípios, que não podem apoiar os clubes», justificou Ni Amorim.
Queixas e prejuízos das equipas
Nestes tempos já de si difíceis, a anulação do Rali dos Açores teve para o presidente da FPAK, o efeito de um autêntico soco no estômago.
Para o líder federativo, «a anulação do rali foi uma verdadeira surpresa. Para mim e para a FPAK, que trabalhou muito para que o rali mantivesse Portugal no Europeu e essa parte foi conseguida. Acho que o rali não se fez por questões meramente financeiras. Mais valia, com alguma antecedência, terem colocado essa questão de forma transparente. Acho que numa altura destas toda a gente tinha de compreender».
Perante tal cenário, Ni Amorim sublinha que «fica mal a FPAK, fica mal o promotor (Eurosport Events), que já tinha grande relutância em continuar com os Açores – não sei como vai ser no futuro – e, perante a FIA, o assunto também não fica bem esclarecido. Portanto, ninguém tem a ganhar com isto. Vamos a ver o que o futuro nos reserva. Continuo a pensar — e gostaria muito – que os Açores continuassem a ter o rali. Vamos a ver».