
A 3.ª prova do Campeonato de Portugal, marcada por luta empolgante pela vitória, acabou por ser decidida por um verdadeiro golpe de teatro à entrada da reta final: José Pedro Fontes, imparável ao longo da tarde – venceu as quatro classificativas após a secção matinal e conquistou a liderança – tinha o caminho aberto para a vitória.
O piloto do Citroën C3 R5 dispunha de 10,0 segundos de vantagem, a maior diferença até ao momento registada entre os dois primeiros — Ricardo Teodósio era 2.º classificado – a duas especiais do final, ou seja, um total de 12 km ao cronómetro. Mas, saiu de estrada na penúltima classificativa e desistiu.
Um verdadeiro golpe de teatro, que proporcionou ao piloto algarvio a reconquista do 1.º lugar, perdido duas classificativas antes. Foi a 4.ª e última alteração no comano de um rali marcado pela supremacia de Miguel Barbosa no 1.º dia, com o piloto do Skoda Fabia R5 a manter a liderança até à 6.ª classificativa, quando cedeu, por diferença mínima, o comando a Ricardo Teodósio.
No final da secção matinal, o quarteto da frente estava separado por 3,4 segundos, com Teodósio a liderar por escassos cinco décimos face a Miguel Barbosa no duelo dos Skoda Fabia. O desgaste dos pneus na fase derradeira da secção, em que surgiram os troços mais extensos, penalizou o desempenho de Barbosa, enquanto Teodósio montou dois novos à frente.
O despiste de José Pedro FontesPara a tarde e com tudo em aberto, José Pedro Fontes arriscou: optou por montar pneus de mistura mais dura e … quase ganhou. Venceu as quatro especiais da tarde e parecia ter o triunfo na mão, mas acabou fora de estrada e provocou a neutralização da classificativa, tendo atribuído a Ricardo Teodósio o mesmo tempo averbado por Armindo Araújo, o último a passar antes do Citroën C3 R5.
De acordo com José Pedro Fontes, «tudo aconteceu na fase final do troço, numa zona que nem identificámos como perigosa, apesar de rápida e estreita. Num ressalto, a traseira do carro escorregou e embateu com alguma violência, impedindo-nos de continuar em prova».
Para o piloto do Citroën, «o desfecho foi negativo, é certo, mas não posso deixar de sublinhar a excelente performance que rubricámos. Tinha tudo para ser materializada num triunfo. Estou triste, mas não desanimado», confessou.
Na frente ficou de novo Ricardo Teodósio, agora com 8,5 segundos de vantagem. O piloto algarvio atuou com eficácia e até venceu a derradeira especial.
«Para as duas últimas classificativas, na tentativa de dar tudo por tudo, alterámos a suspensão. Íamos lutar até ao fim, sem baixar os braços».
Na sequência do facto decisivo do rali – o despiste do então líder – Armindo Araújo acabou por colocar o Hyundai i20 na 2.ª posição.
«Vinha para ganhar», confessou o campeão nacional em título, «Encontrámos mos nossos adversários muito fortes e qualquer um dos quatro podia ter ganho. Ataquei de início a fim, mas foi uma vitória merecida para o Ricardo Teodósio», reconheceu. «De qualquer modo, fizemos uma boa operação em termos de campeonato», concluiu Armindo Araújo.
O último lugar do pódio foi para Miguel Barbosa, que alterou as afinações do Skoda Fabia para a secção da tarde e deitou tudo a perder.

No lugar imediato terminou Pedro Meireles (VW Polo GTI R5), um resultado positivo na perspetiva do piloto vimaranense. «Ainda há muita coisa a melhorar, a afinar o carro ao meu gosto neste processo e adaptação, mas ganhar uma classificativa e andar entre os da frente é um bom indicativo», sublinhou o piloto de Guimarães que montou pneus macios no 1.º dia e perdeu uma vintemna de segundos. «O carro ficou inguiável», sublinhou Pedro Meireles.
Com uma atuação plena de regularidade, sem cometer erros, «a não ser uma ligeira desconcentração já na fase derradeira, Paulo Meireles (Hyundai i20 R5) concluiu o rali no 5.º lugar.
Na 6.ª posição terminou a dupla Pedro Almeida/Nuno Almeida (Skoda Fabia R5), que falhou o 5.º lugar por escassos cinco segundos.
«A primeira parte do rali correu mal e houve uma certa falta de confiança, ainda a pensar no que acontecera nos Açores. Todavia, o resultado acabou por ser melhor que a exibição», referiu o piloto de Famalicão.
«Tentei ser mais consistente, sem conseguir esse objetivo em todos os troços, mas no fundo não é a classificação que conta, mas sim tentar sempre alcançar o ritmo ideal», acrescentou Joaquim Alves, ainda a ponderar a participação no Rali de Portugal.
Para o excelente desempenho da ARC Sport, que manteve invencibilidade em termos de CPR e teve quatro carros à partida e igual número à chegada, todos no top 10, contribuiu igualmente a dupla Miguel Correia/Pedro Alves.
«O balanço é bastante positivo, pois o que tínhamos previsto era terminar. Com este resultado, ascendemos ao sexto lugar do campeonato, o que é muito bom», sublinhou o jovem piloto bracarense.
Miguel Correia com Pedro Alves (Ford Fiesta) voltou a terminar e subiu ao 6.º lugar do campeonato.
O facto de abrir a estrada penalizou António Dias, que contou com um novo motor no Skoda Fabia. «Agora, vamos testar bem para fazer melhor no Rali de Portugal», adiantou o piloto nortenho, que fechou o top 10, no lugar imediato ao do Ford Fiesta de Nuno Madeira, que fez dupla com José Janela.
Daniel Nunes dominou 2 RM
Entre os pilotos dos carros de 2 Rodas Motrizes, impôs-se a dupla Daniel Nunes/Rui Raimundo (Peugeot 208 R2), que terminou no 11.º lugar da geral, seguida pelo Renault Clio RS R3T de Gil Antunes/Gil Correia., a 1m 51,3s.
Classificação final (oficiosa)
1º Ricardo Teodósio/José Teixeira (Skoda Fabia) 1h17m54,1s
2º Armindo Araújo/Luís Ramalho (Hyundai i20), a 8.9s
3º Miguel Barbosa/Jorge Carvalho (Skoda Fabia), a 25.9
4º Pedro Meireles/Mário Castro (VW Golf GTi), a 45.8s
5º Paulo Meireles/Marcos Gonçalves (Hyundai i20), a 2m 27.7s
6º Pedro Almeida/Nuno Almeida (Skoda Fabia), a 2m 33.3s
7º Joaquim Alves/António Costa (Skoda Fabia), a 3m 12.7s
8º Miguel Correia/Pedro Alves (Ford Fiesta), a 4m 20.6s
9.º Nuno Madeira/José Janela (Ford Fiesta), a 5m 21,1s
10.º António Dias/Pedro Castro (Skoda Fabia), a 5m 27.6s
Campeonato (após 3 provas)
1º, Ricardo Teodósio, 70,68 pontos
2º, Ricardo Moura, 46,39
3º, Miguel Barbosa, 39,82
4º, Bruno Magalhães, 32,00
5º, Armindo Araújo, 31,94.
Próxima prova: Vodafone Rali de Portugal, de 31 de maio a 2 de junho
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