Um êxito com juros a dobrar para Bruno, que conquistou o 23.º triunfo da carreira – foi o 27.º de Carlos Magalhães — e o 7.º da Hyundai neste rali que justificou a promoção ao escalão principal, nomeadamente pelo perfil, técnico e exigente das classificativas, características que mereceram aprovação geral dos participantes; figurino da prova e estruturas de apoio. Uma aposta ganha numa região que merece um evento deste nível.
Todavia, a estreia ao mais alto nível dos ralis nacionais, marcada pelo acidente do 1.º dia, mostrou que há arestas a limar, pormenores que vão ser, certamente, analisados, como foi foi aliás, reconhecido por Nuno Loureiro, presidente do clube organizador.
No plano desportivo, Bruno Magalhães e Armindo Araújo foram os protagonistas da prova que regressou, 28 anos volvidos, pela mão do CAMI Motorsport, ao primeiro plano nacional.
E, se no final do primeiro dia, a liderança de Armindo Araújo estava presa por 2,3 segundos, era lícito admitir que, na manhã seguinte Bruno Magalhães tentaria tudo para recuperar o topo. Um objetivo alcançado logo a abrir no troço mais extenso – Chaves/Boticas-1 (19,40 km) –, em que Bruno foi mais rápido e ganhou 3,4 segundos ao adversário mais direto.
A diferença de 1,1 segundos foi ampliada, logo a seguir em Boticas-1 (14,23 km). «Tencionava atacar mais logo na primeira especial, mas o carro revelou-se muito reativo, bastante duro nas zonas sujas. Depois, o Bruno foi mais rápido no troço seguinte e a nossa tarefa fiou mais difícil», referia o piloto do Skoda ao MOTOR 24 no final da manhã, quando contabilizava uma desvantagem de 2,8 segundos.Ciente de que «tinha de tentar fazer a diferença nas primeiras passagens», Bruno Magalhães tencionava «manter o ritmo nas duas classificativas da tarde e dar o máximo».
A tarefa acabou de algum modo por ficar menos complicada quando a diferença foi ampliada para 11,6 segundos após a penúltima especial. «Estávamos preparados para fazer um ataque em grande naquele troço, mas furámos a três quilómetros do final e terminámos a especial em cima da jante», contou, desalentado, Armindo Araújo no final.
«O furo arredou-nos da vitória, quando estávamos bastante mais rápidos nos tempos intermédios», sublinhou o piloto da equipa The Racing Factory.
Este foi o momento-chave do rali e que deixou Bruno Magalhães um pouco mais tranquilo.
Graças a este triunfo, Bruno Magalhães ascendeu à liderança do CPR numa fase crucial da época. «Estávamos na luta, a um ponto e pico do Armindo Araújo e muito expectantes em relação a este rali novo, pois sabemos que, normalmente, somos fortes neste tipo de condições, o que veio a confirmar-se», sublinhou.
Armindo Araújo, perdida a liderança do CPR, «ainda que a diferença seja pequena», promete não baixar os braços:
«Ainda faltam três provas e vai ser campeonato até ao fim».
O último lugar do pódio foi para Ricardo Teodósio, que recuperou três lugares na última etapa. «Atacámos mais, modificámos as afinações do Skoda e acreditámos mais nas notas», justificou o atual campeão em título, que não atira a toalha ao chão:
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Um pião relegou a dupla José Pedro Fontes/Inês Ponte (Citroën C3) para o 4.º lugarVítima de um furo na penúltima especial, José Pedro Fontes perdeu 28 segundos e o 3.º lugar devido a um pião, «motivado por problemas de travões» no Citroën C3.
De qualquer modo, o piloto da Sports & You recordou que «estava tudo a correr bem desde o shakedown e um erro meu, na qualificação, deitou tudo por terra», confessou Fontes, que teve de contentar-se com o 4.º lugar.
Na posição seguinte terminou Pedro Meireles (VW Polo), que perdeu tempo devido a um pião na primeira especial da manhã. «Desanimámos um pouco e perdemos, nessa altura, o 4.º lugar para o Ricardo Teodósio, referiu o vimaranense, que completou o top 5.
A vitória na power stage foi magro prémio de consolação para mais um piloto espanhol que veio até Portugal para brilhar.
Pedro Antunes brilhou
A luta intensa pela vitória foi uma constante na Peugeot Rally Cup Ibérica, que teve um desfecho favorável às cores portuguesas, com Pedro Antunes (foto em baixo), um dos principais favoritos, a garantir o 7.º lugar da geral, triunfo nas 2 Rodas Motrizes e na competição monomarca por 19,4 segundos face ao espanhol Oscar Ortiz, sendo Sergi Comellas o terceiro (a 25.6) e Pedro de Almeida o quarto (a 54.6).
Vítor Pascoal (Porsche 911 GT3 nos GT; Nuno Carreira (Subaru Impreza) nos Clássicos, Adruzilo Lopes (Mitsubishi Lancer) na categoria RC2N, e Fernando Peres (Mitsubishi Lancer Evo IX), no Campeonato Norte, foram os restantes vencedores.
Classificação (oficiosa)
1.º Bruno Magalhães/Carlos Magalhães (Hyundai), 54.55,3 minutos
2.º Armindo Araújo/Luís Ramalho (Skoda), a 11,2 segundos
3.º Ricardo Teodósio/José Teixeira (Skoda), a 34,0 segundos
4.º José Pedro Fontes/Inês Ponte (Citroën), a 48,9 segundos
5.º Pedro Meireles/Mário Castro (VW), a 57,3 segundos
6º, Miguel Correia/António Costa (Skoda Fabia), a 1.40.0 minutoss
7º, Pedro Antunes/Pedro Alves (Peugeot 208 R4), a 2.55.4minutos
8º, Manuel Castro/Ricardo Cunha (Skoda Fabia), a 2.56.0 minutos
9º, Oscar Ortiz/Jose Bouzas (Peugot 208 R4), a 3.14.8 minutos
10º, Sergi Comellas/Maria Hage (Peugot 208 R4), a 3.21.0 minutos
Campeonato
1.º Bruno Magalhães, 121,63 pontos
2.º Armindo Araújo, 112,94
3.º Ricardo Teodósio, 79,61
4.º José Pedro Fontes, 67,97
5.º Pedro Meireles, 42
Próxima prova: Rali Vidreiro/Centro de Portugal/Marinha grande, dias 9 e 10 de outubro
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