Rali Vinho da Madeira: tradição e qualidade

03/08/2020

O Rali Vinho da Madeira, prova emblemática, com grande tradição internacional, reconhecida pela qualidade organizativa, entusiástica adesão do público, exigência do traçado e excelência do cartaz, dá continuidade ao Campeonato de Portugal de 6 a 8 de agosto.

Apesar dos inevitáveis constrangimentos causados pela pandemia, o Clube Sports Madeira conseguiu superar dificuldades e montar uma prova que honra o passado e se afirma, no presente, pela qualidade dos intervenientes.

A 3.ª prova do restruturado calendário do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), competição sob a égide da FPAK (Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting), deixa antever luta cerrada pelo triunfo, com os pilotos madeirenses a reunirem justificado favoritismo.

Vencedor das três últimas edições, Alexandre Camacho (Citroën C3), detentor do título madeirense e um dos quatro campeões em título presentes — os outro são Ricardo Teodósio (Portugal), Luís Miguel Rego (Açores) e Jose Maria Lopez (Espanha) – vai tentar igualar o recorde de triunfos na prova – quatro – detido pelo saudoso Américo Nunes, Andrea Aghini, Giandomenico Basso e Bruno Magalhães.

Um quarteto de vencedores que figura no álbum de honra do rali madeirense, emparceirando com nomes famosos a nível mundial, caso do malogrado Henri Toivonen, Ari Vatanen, Massimo Biasion, Yves Loubet, Bruno Thiry, Piero Liatti, entre outros.

No entanto, Alexandre Camacho não terá vida fácil: Miguel Nunes, Pedro Paixão e João Silva, todos em Skoda Fabia, afiguram-se como adversários de respeito e são candidatos á vitória, mas nesta luta vai entrar, certamente, o espanhol Jose Maria Lopez.

O piloto do Citroën C3 foi 2.º classificado em 2019 e lutou pelo triunfo até à derradeira etapa no ano de estreia nas estadas madeirenses. Moralizado pelo recente triunfo no Rali de Ourense, em que ganhou claramente a Yvan Ares (Hyundai i20), Pepe Lopez pode voltar a afirmar-se como uma grandes protagonistas do rali madeirense.

Calheta: um teste para os candidatos

Entre os continentais, a luta pelos pontos do CPR assume-se como objetivo principal. Imbatível esta temporada – venceu o Serras de Fafe e Felgueiras (terra) e, mais recentemente, em Castelo Branco (asfalto) –, Armindo Araújo tudo fará para somar o maior número de pontos.

Armindo Araújo e Luís Ramalho (Skoda Fabia) estão imbatíveis esta temporada

Tal como os restantes candidatos ao título, o piloto do Skoda Fabia da equipa The Racing Factory participou no Rali da Calheta. Um toque acabou por ditar desistência na derradeira especial, quando liderava o grupo continental.

Apesar do percalço, o balanço foi positivo:

«Fizemos um excelente trabalho com vista ao Vinho da Madeira e conseguimos testar várias afinações para percebermos o que melhor nos servirá. Temos a clara sensação que poderemos adotar um ritmo muito bom para o rali e estamos confiantes para lutar pela vitória no CPR», adiantou o líder do Campeonato de Portugal.

Bruno Magalhães com Carlos Magalhães ao lado no Hyundai i20, foi o melhor piloto continental no Rali da Calheta

Tetra vencedor (2011, 2012, 2014 e 2015) do rali madeirense, sempre ao volante de um Peugeot, Bruno Magalhães confessa que «correr nas especiais da Madeira tem sempre um significado especial para mim».

O piloto do Team Hyundai Portugal revelou que, no Rali da Calheta, «fizemos um trabalho bastante proveitoso». Ambicioso, Bruno Magalhães confessou que «vamos tentar entrar na luta pela vitória no Vinho da Madeira.

A dupla campeã nacional Ricardo Teodósio/José Teixeira (Skoda Fabia) realizou trabalho intenso no Rali da Calheta

Após duplo 3.º lugar nas provas já realizadas, o campeão nacional Ricardo Teodósio encarou a participação no Rali da Calheta sem «olhar sequer para os tempos da concorrência direta, porque sabíamos que era muito importante mudar constantemente a afinação do nosso Skoda. Era importante percebermos o que funcionava e o que não funcionava nestas classificativas em diferentes condições. Cumprimos o objetivo a 100 por cento», sublinhou o piloto algarvio da bicampeã ARC Sport.

José Pedro Fontes, com Inês Ponte no banco do lado direito do Citroën C3, vai tentar repetir o triunfo de 2016,

Vencedor em 2016, ao volante de um Citroën DS3, José Pedro Fontes (Citroën C3), revelou que «testámos uma série de soluções, nomeadamente em termos de suspensão. Tivemos uma atenção especial em relação aos órgãos de ligação ao solo, mas não só».

Para o piloto da Sports & You, «os andamentos entre os candidatos ao título nacional estão muito alinhados, mas a concorrência local não nos vai facilitar a vida».

Entre os continentais, referência para Pedro Meireles (VW Polo); Miguel Correia (Skoda Fabia) e Adruzilo Lopes, que regressa ao volante de um Peugeot 208 R2.

A prova do Clube Sports Madeira apresenta uma estrutura encurtada – apenas dois dias de prova — em relação a anos anteriores: a superespecial da Avenida do Mar não se realiza, bem como algumas classificativas tradicionais. Ao todo, 16 especiais, somando 160, 66 km.

Assim vai o CPR

Com triunfos em ambas as provas realizadas, Armindo Araújo lidera o Campeonato de Portugal de Ralis (CPR).

1.º Armindo Araújo, 69,32 pontos

2.º Bruno Magalhães, 51,52

3.º Ricardo Teodósio, 39,78

4.º José Pedro Fontes, 25,71

5.º Miguel Correia, 24

Calendário

6/8 de agosto – Vinho da Madeira

29/30 de agosto – Alto Tâmega

17/19 de setembro — Azores Rally

9/10 de outubro — Vidreiro/Centro de Portugal/Marinha Grande

13/15 de novembro – Casinos do Algarve

Data a definir — Terras de Aboboreira

Ver mais em:

https://ralivm.com/2020/pt

https://www.fpak.pt/