Regresso aos ralis em fórmula familiar

07/10/2019

Um regresso pleno de simbolismo ou uma bonita história familiar no regresso aos ralis nacionais dos irmãos António e Ana Cruz Monteiro (Peugeot 208 T16 R5)
A paixão pelos ralis foi herança paterna e o bichinho pela competição não tardou a ganhar forma no seio da família Cruz Monteiro.

O pai, o saudoso António Cruz Monteiro, cofundador do NDML e do Team Leiriauto, em que fez dupla histórica com o carismático Ramiro Fernandes, transmitiu aos filhos Ana e António esse gosto pelos ralis.

Ainda jovem, na casa dos 20 anos, António Cruz Monteiro filho estreou-se nos ralis como piloto, mas em 2006 pendurou as luvas e o capacete, culminando três épocas consecutivas de participação no Troféu Peugeot 206 GTI.

O regresso ao patamar superior dos ralis nacionais e logo ao volante de um R5, aconteceu no último Vidreirao/Centro de Portugal, após estreia no regional Vila Medieval de Ourém ao volante de um Peugeot 208 T16 R5.

No banco do lado direito sentou-se a irmã Ana Cruz Monteiro, também já experiente nestas andanças.

«A ideia foi do meu irmão, que estava parado desde o final do Troféu Peugeot 206. O bichinho estava lá e por isso quis regressar, mas com uma máquina, minimamente, competitiva», explicou ao Motor 24.

A opção pelo Peugeot 208 T16 R5 ganhou forma de sonho, felizmente concretizado, graças às economias feitas ao longo de anos. A escolha do carro ficou a dever-se, em grande parte, à ligação profissional do meu irmão à marca francesa», referiu Ana Cruz Monteiro.

Quanto ao plano traçado, adiantou que «a intenção é fazer ralis na região de Leiria, onde estão situados os patrocinadores, e passar bons momentos».

Aos 50 anos, cabelo já grisalho, António Cruz Monteiro mantém a postura calma de sempre. «O carro é melhor que o piloto», gracejou durante uma pausa do recente rali Vidreiro/Centro de Portugal. «É o mais fraco desta geração R5, mas chega bem para o que pretendo e dá para divertir», referiu em tom mais sério.

Mesmo com tal disposição na hora do regresso à competição, «após treze anos de paragem», é bom sublinhar, o piloto de Leiria vai enviar a caixa de velocidades para a fábrica», de forma a encarar outras participações sem sobressaltos de maior.

A estreia no Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), apesar de tratar de participação episódica teve saldo positivo, com o Peugeot 208 T16 dos irmãos António e Ana Cruz Monteiro a terminar, precisamente, a meio da tabela e a não ser o último dos R5 numa prova muito competitiva e que ficou para a história.