A Fórmula 1 celebra este fim de semana o seu milésimo grande prémio, um feito que será comemorado na China, mas há quem entenda que este marco não está bem delineado no tempo.

Ora, de acordo com as estatísticas oficiais (as que contam, para todos os efeitos), a primeira corrida do Mundial de Fórmula 1 realizou-se a 13 de maio de 1950, tendo sido ganha por Giuseppe Farina, num dos dominantes Alfa Romeo que na época ditavam leis nas pistas. Daí até agora realizaram-se 999 eventos, o mais recente dos quais no Bahrein (ganho por Lewis Hamilton, num Mercedes-AMG), mas alguns observadores olham para este marco histórico de perspetivas diferentes.

Por um lado, entendem que estão a ser postos de parte todos os eventos realizados até 1950, mas já com os regulamentos técnicos da Fórmula 1 como viriam a ser estabelecidos pela Federação Internacional do Automóvel. Com efeito, o primeiro evento de grande prémio a ser realizado com regras internacionais da Fórmula 1 foi o Grande Prémio de Turim, disputado a 1 de setembro de 1946, logo após a Segunda Guerra Mundial, em Itália (ganho por Achille Varzi, também com um Alfa Romeo). Era o ressurgimento do automobilismo aos moldes quase épicos conhecidos no período entre os dois conflitos mundiais.

Daí que se percebe assim que, entre 1946 e 1950, outros grandes prémios tiveram lugar. De igual forma, a própria Fórmula 1 já estabelecida como tal tinha eventos extra-campeonato (como a Race of Champions, traduzida como Corrida dos Campeões), que juntam mais uns quantos grandes prémios à contagem.

Por outro lado, contrapondo, há a visão de que a corrida 1000 ainda não será desta, uma vez que na contabilização oficial da Fórmula 1 existem eventos que, por não terem sancionamento técnico da FIA, não deveriam contar, como é o caso das 11 vezes que a Fórmula 1 competiu ns 500 Milhas de Indianápolis, entre 1950 e 1960, com sancionamento das autoridades americanas.

No mesmo espírito de entendimento, as temporadas de 1952 e 1953 também não foram disputadas sob os regulamentos técnicos da Fórmula 1, mas sim de acordo com as regras da Fórmula 2. Isto porque a Alfa Romeo anunciara o final da sua participação na modalidade antes do início da temporada e a BRM cancelara o projeto dos seus carros V16, com a Ferrari a ser a única equipa com carros preparados. No entanto, os organizadores do campeonato do mundo de pilotos (na época, os construtores não contavam) decidiram que, para manter o interesse da modalidade, os carros deveriam cumprir com os regulamentos da Fórmula 2, com motores atmosféricos de dois litros para atrair mais competidores.

Contudo, estando contabilizadas no historial da modalidade, contam para o feito dos 1000 grandes prémios da categoria que ainda hoje é vista como a rainha entre o automobilismo.

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