Aos 79 anos, Sir Frank Williams já não estava ligado à formação de Grove, depois de a Williams ter sido vendida a um consórcio que tomou posse em meados de 2020. De acordo com uma informação da Williams, o ex-responsável da Williams foi admitido no hospital na sexta-feira, acabando por falecer esta manhã “de forma pacífica (…) rodeado pela sua família”.
“Hoje, prestamos homenagem a uma das nossas figuras de proa mais queridas”, começa por dizer um comunicado da equipa, que acrescenta que a falta do Frank “será bastante sentida”.
O CEO da Williams Racing, Jost Capito, apontou que “Sir Frank era uma lenda e um ícone do nosso desporto. A sua morte representa o fim de uma era para a nossa equipa e para o desporto da Fórmula 1. Ele era único e um verdadeiro pioneiro”.
Frank Williams começou a sua ligação ao automobilismo no papel de piloto, mas foi à frente da equipa com o seu nome que alcançou os maiores sucessos. Inicialmente, em 1966, foi criada a Frank Williams Racing Cars, tendo surgido 11 anos mais tarde, em 1977, a Williams Grand Prix Engineering, num esforço conjunto com o seu amigo de longa data, Patrick Head, que foi também um dos engenheiros de proa da Williams ao longo da sua existência.
Foi com estas duas figuras ao leme da equipa que os maiores sucessos foram alcançados, garantindo nove títulos de construtores e sete de pilotos, divididos entre Alan Jones (1980) Keke Rosberg (1982), Nelson Piquet (1987), Nigel Mansell (1992), Alain Prost (1993), Damon Hill (1996) e Jacques Villeneuve (1997).Na última década, porém, a Williams tem vindo a batalhar por posições secundárias, tendo a sua última vitória ocorrido no GP de Espanha de 2012, por intermédio de Pastor Maldonado. Pouco tempo depois, Claire Williams, filha de Frank, assumiu a liderança da equipa, mas os resultados nunca mais regressaram aos dos tempos áureos.
Em 2020, a família Williams afasta-se definitivamente da Fórmula 1 depois da venda da estrutura e dos direitos de participação no Mundial ao fundo de investimento Dorilton Capital por 152 milhões de euros.
Força pela adversidade
Casado com Virginia Berry desde 1974, a vida pessoal de Frank Williams ficou decisivamente marcada pelo acidente de viação sofrido a 8 de março de 1986, após um violento despiste em França após uma sessão de testes particulares no circuito de Paul Ricard. Frank sofreu lesões na coluna vertebral que resultaram na sua condição de tetraplégico, ficando permanentemente ‘preso’ a uma cadeira de rodas. No entanto, o sonho da Fórmula 1 continuava livre e sem amarras físicas, impulsionando Frank Williams a manter o controlo da equipa britânica ao longo das décadas seguintes, sendo figura sempre presente nas boxes.
