Max Verstappen (Red Bull) venceu de forma brilhante o GP da Arábia Saudita após um duelo frenético com Charles Leclerc (Ferrari), que durou até aos momentos finais da corrida. Carlos Sainz (Ferrari) completou o pódio.

Foi uma corrida de nervos e com incerteza até ao final. Sergio Pérez (Red Bull) foi o primeiro líder, dando o melhor seguimento à pole position de sábado, liderando a primeira fase da prova à frente de Leclerc e de Verstappen, que trocou de posição com Sainz, que desceu para o quarto lugar. Mais atrás, George Russell (MercedesAMG) ficou isolado na quinta posição, com os dois Alpine de Esteban Ocon e de Fernando Alonso envoltos numa acesa batalha.

Porém, o cenário alterou-se com a paragem nas boxes de Pérez à 15ª volta, que teve depois o prejuízo maior da entrada em pista do safety car logo na volta seguinte devido a um despiste do Williams de Nicholas Latifi. Ao abrigo da neutralização da prova, Leclerc, Verstappen e Sainz puderam parar nas boxes para mudarem de pneus e passaram para a sua frente (ainda que no reinício Pérez estivesse à frente de Sainz, situação que se alterou logo a seguir, já que ao sair da via das boxes, Sainz passou ligeiramente à frente na linha de safety car que determina as posições para efeitos de classificação).

A partir daí, sem se esperarem mais paragens nas boxes, tudo seria determinado na pista. Verstappen nunca esteve a mais de dois segundos de Leclerc numa batalha de nervos, que culminou, nas últimas oito voltas (após um período de safety car virtual pelas paragens à entrada da via das boxes dos carros de Daniel Ricciardo (McLaren) e de Alonso) com uma série de ataques do atual campeão do mundo. Num desses, Leclerc deixou-se passar pouco antes da linha de deteção do DRS na travagem para a reta da meta, aproveitando assim para retomar a liderança na reta seguinte.

Na volta seguinte, Leclerc tentou fazer o mesmo, mas numa visão inusitada, Verstappen travou a fundo e evitou que tal sucedesse, com Leclerc a acelerar então no primeiro lugar por mais algumas voltas. Na antepenúltima, aproveitando um ligeiro deslize da traseira do Ferrari, Verstappen, com o auxílio do DRS, consumou a ultrapassagem na reta da meta, mas ao contrário do que seria de supor, não conseguiu distanciar-se de Leclerc, pelo que o monegasco passou a ser o ‘atacante’.

Naquela que poderia ter sido a sua melhor oportunidade, na penúltima volta, também com o DRS, Leclerc acabou por ter de abdicar de qualquer tipo de tentativa na reta da meta devido a uma situação de bandeiras amarelas no primeiro setor causada por um acidente entre Alexander Albon (Williams) e Lance Stroll (Aston Martin).

Assim, Verstappen voltou aos triunfos, com apenas 0,5 segundos de vantagem sobre Leclerc, demonstrando que estes poderão ser os animadores da luta pelo título na temporada de 2022. Sem hipóteses de lutar pelo triunfo, Sainz ficou no lugar mais baixo do pódio, enquanto Pérez terminou em quarto, longe de Russell, que foi o melhor da Mercedes-AMG. O jovem britânico teve uma corrida tranquila na quinta posição depois de superar nas primeiras voltas o Alpine de Ocon, sem nunca ser ameaçado nem ameaçar os pilotos à sua frente.

Ocon defendeu da melhor forma o seu sexto lugar nas voltas finais (depois de também ter defendido de maneira veemente a posição face aos ataques do colega de equipa Alonso), tendo Lando Norris (McLaren) terminado praticamente colado ao francês. Foram também os primeiros pontos para a McLaren após uma primeira corrida dececionante.

Pierre Gasly (AlphaTauri) e Kevin Magnussen (Haas) ficaram em oitavo e novo, tendo como curiosidade o facto de terem sido os únicos representantes das respetivas equipas depois de Yuki Tsunoda ter tido problemas mecânicos ainda antes da formação da grelha na equipa italiana e de o carro de Mick Schumacher ter sido ‘poupado’ para Melbourne no caso da Haas.

O derradeiro ponto disponível ficou para heptacampeão Lewis Hamilton (Mercedes-AMG). Sem ritmo, o piloto britânico esteve nas batalhas pelo meio do pelotão e acabou também por ser prejudicado pelo fecho da via das boxes quando Ricciardo e Alonso lá abandonaram, tendo de adiar a troca de pneus para um momento muito tardio (dez voltas do final) que impediu qualquer recuperação posterior.

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