Foi considerado unanimemente como um dos pilotos mais talentosos da sua era, ao qual faltou apenas um título mundial de Fórmula 1 que confirmasse a capacidade prodigiosa da sua pilotagem. Sir Stirling Moss morreu aos 90 anos, vítima de doença prolongada.

Ídolo de uma geração, Stirling Moss tornou-se famoso naquela que é considerada a época dourada do automobilismo, mas também a mais perigosa, com a morte a rondar as pistas, que mais não eram do que versões pouco modificadas de estradas públicas.

A Fórmula 1 foi a sua competição mais notável, terminando por quatro vezes em segundo lugar no campeonato de pilotos, faltando-lhe quase sempre aquela ponta de sorte que lhe confirmasse o título. Mas, numa época em que não existiam contratos milionários, nem patrocínios de pilotos ou equipas, era também um dos pilotos com maior desportivismo.

Nascido em Londres, em 1929, Moss teve as suas primeiras experiências na competição nas duas rodas, ao longo da década de 1940, mas o apelo da Fórmula 1, num campeonato acabado de nascer (em 1950), fez-se sentir. Após dar nas vistas noutras competições, passou para as quatro rodas, chegando à famosa equipa das ‘Flechas de Prata’ em 1955, impressionando Alfred Neubauer, o irascível diretor desportivo da Mercedes-Benz. Foi nesse ano que alcançou o seu primeiro triunfo na Fórmula 1, logo no GP da Grã-Bretanha, em Aintree.

Foi talvez em 1958 que melhor ficou definido o seu carácter de desportista, mesmo que isso lhe tenha custado, a posteriori, o título desse ano. No GP de Portugal, o rival no campeonato, Mike Hawthorne fez um pião e deixou calar o motor do seu Ferrari, mas Moss aconselhou-o a ir em contramão, uma descida, para voltar a ligar o motor. Hawthorne fê-lo, mas foi ameaçado por uma penalização dos comissários, acabando por ser Moss a defendê-lo perante o colégio de comissários. No final do ano, Hawthorne viria a ser campeão com um ponto de vantagem sobre Moss.

Nos sete anos em que esteve na Fórmula 1, foi segundo por quatro vezes e terceiro em três, comprovando assim a sua competitividade. Também sofreu um grande susto, quando em 1962 sofreu um acidente em Goodwood, curiosamente, durante o fim de semana de Páscoa. Moss chegou a estar em coma, mas esse incidente foi decisivo para que colocasse um ponto final na sua carreira, ao entender que o mesmo lhe tinha influenciado o ritmo e os reflexos.

Além da F1, também era um brilhante piloto de resistência, chegando a vencer a edição de 1955 das Mille Miglia ou os 1000 Km de Nürburgring por três vezes consecutivas, entre 1958 e 1960.

No entanto, Stirling Moss também se tornou famoso pelo seu perfil fora das pistas, tornando-se numa estrela nos jornais.

Apesar da sua morte, fica o legado de um enorme piloto.

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