O Motor24 esteve na apresentação internacional do novo Audi A7 Sportback, na Cidade do Cabo (África do Sul), e a experiência ao volante não poderia ter corrido melhor: das estradas sinuosas à paisagem, dos 0 aos 100 com conforto e tecnologia, não faltou nada a quem atravessou o mundo pelo prazer da condução.

Na África do Sul a condução faz-se na via da esquerda, mas isso não é o mais estranho. À medida que circulamos na Cidade do Cabo, se de um lado há vivendas de luxo e campos de golfe bem regados, do outro somos surpreendidos com barracas e a falta de água. Afinal, estamos no país onde o contraste é demasiado visível: ou 8 ou 80.

No habitáculo deste carro de luxo sentimo-nos numa bolha, ao jeito de boa parte da população que por cá vive. A insonorização abafa quase tudo lá fora, a caixa automática permite uma aceleração de uma suavidade impressionante e as suspensões confortáveis nunca desiludem. Estamos ao volante de um 3.0 TDI de 286 CV, que chega ao mercado português este mês de março – no verão espera-se uma versão com 231 CV, potencialmente mais apelativa para o condutor nacional.

Mudar… e bem

Esta segunda geração do A7 Sportback é diferente da anterior no que toca ao design e motorizações – com o sistema de arranque elétrico a fazer aqui a sua entrada na gama deste modelo Premium. Já em dimensões cresceu apenas uns milímetros. Um cinco portas que representa a nova linha da Audi, com um corpo robusto a puxar ao desportivo e uma assinatura de iluminação marcante. Não é mentira se dissermos que este Sportback junta o melhor de três mundos: o design de um coupé, o espaço de uma berlina e a versatilidade de uma carrinha Avant.

Os pinguins são uma estranha presença nos areais de alguns pontos da África do Sul…

Os seus quase cinco metros de comprimento, com o tejadilho a terminar baixo na traseira, mostram como foi possível encontrar espaço para todos os passageiros sem perder bagageira – tem 535 litros, que podem tornar-se em 1390 com os assentos traseiros rebatidos. E na estrada perde-se a noção da verdadeira dimensão: é muito leve, proporciona boa visibilidade para o exterior e a tecnologia da assistência a estacionar torna tudo mais fácil – através da leitura dos sensores em todas as áreas e das câmaras que oferecem imagens em três dimensões, detetando também obstáculos como peões ou animais.

No capítulo da suspensão, o novo A7 Sportback tem à disposição quatro opções de suspensão, com a solução de topo de amortecimento a contar com sistema de acionamento pneumático para maior interação com a estrada, além de ter ainda um lado reforçado do dinamismo na forma do opcional sistema de eixo traseiro direcional.

O interior transmite uma atmosfera futurista, com ecrãs táteis para controlar as configurações gerais do automóvel – sem perder, e bem, alguns botões físicos. Também é possível personalizar a iluminação com a cor pretendida. Apresenta pormenores de acabamento muito elegantes e aquilo que hoje em dia praticamente ninguém dispensa: portas USB e hotspot para ter wi-fi a bordo. Ou não fosse este um carro que torna curtas as longas viagens. Pelo menos parece.

Ao volante dos ‘8 aos 80’

Depois, oferece uma elevada sensação de segurança enquanto se percorrem quilómetros atrás de quilómetros. Agarra-se ao alcatrão nas curvas mais apertadas e o sistema de travagem é muito eficaz. Para complementar, aparece a tecnologia de ponta que não para de surpreender. Os sistemas de assistência são, sem dúvida, a grande diferença para o modelo anterior.

E também estão a ser utilizados no novo A8 – o topo de gama da marca alemã. Felizmente, o automóvel ainda não circula sozinho, mas dá uma ‘mãozinha’ face ao condutor tanto na cidade como em autoestrada: desde o melhoramento do cruise control adaptativo à leitura do trânsito, assim como detetores de colisão para defender os passageiros – seja uma travagem do carro repentina, como o aperto dos cintos de segurança em preparação para um eventual embate. A marca dos quatro anéis não deixou nada ao acaso no capítulo da segurança e o novo A7 Sportback repete a fórmula que já se pode encontrar no A8.

Pinguim à ‘espreita’

Nos itinerários que a Audi preparou para os jornalistas testarem as máquinas, não faltaram marginais rodeadas pelas montanhas e a espreitar praias de areia fina. Até pinguins. Sim, em Boulders Beach estão lá como se aquele fosse o habitat da espécie. Desde que descobriram aquela praia paradisíaca nunca mais quiseram ir embora? Também nós tivemos vontade de ali ficar, mas o programa leva-nos a conhecer outras paragens.

Uma das mais marcantes foi o Cabo da Boa Esperança. Para além da paisagem ser de postal, é um orgulho português. Chegamos por terra e sem os contratempos na navegação que há 530 anos Bartolomeu Dias e os seus homens viveram. O GPS do A7 não desiludiu.

Pelo contrário, puxou da sua tecnologia: uma das ferramentas interessantes é poder desenhar no ecrã, letra-a-letra, o nome do destino; outro dos avanços é a possibilidade de o sistema atualizar o melhor itinerário conforme o trânsito. Queríamos ter conduzido mais, mas não tivemos desculpa para nos «perdermos»…

O Audi A7 Sportback chega ao mercado português já em março com a versão 50 TDI 3.0 V6 de 286 CV – no verão espera-se uma versão com 231 CV deste mesmo motor Diesel. No final do ano, prometem uma unidade de quatro cilindros do bem-sucedido 2.0 litros TDI de 204 CV. Já a única versão a gasolina anunciada, o 55 TFSI de 340 CV, só está disponível por encomenda.

Nuno Mota Gomes, na África do Sul

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