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DS7 Crossback: Um je ne sais quoi

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O novo DS 7 Crossback PureTech 225 (ainda) não toca piano nem fala francês (fala, fala, hoje em dia já quase todos os carros falam e conduzem sozinhos) mas tem o conforto, a potência e, sobretudo, o charme, que se espera de um carro burguês. Gaulês.

“Determinados em dar cartas de nobreza ao automóvel através da sua ousadia, tecnologia e experiência para o cliente, os homens e mulheres da marca têm vindo a colocar, ao longo dos três últimos anos, toda a sua paixão ao serviço da concretização desta visão. Fazem-no, em primeiro lugar, pela criação de automóveis excecionais, como o DS 7 Crossback, o primeiro modelo da nova geração DS. As suas proporções, requinte e tecnologia expressam em pleno no que a DS se pretende tornar”. As palavras são de Yves Bonnefont, Diretor Geral da DS Automobibles, proferidas aquando da apresentação da mais recente joia da coroa deste jovem construtor. Poucos meses depois o discurso continua atual, até porque acaba de chegar ao mercado a versão mais potente da gama, o 1.6 PureTech 225.

Do líder de uma marca não se espera outra coisa que não seja elogiar o seu produto, a verdade é que basta sentar o rabo no banco e dar uma aceleradela neste motor a gasolina com 225 cv de potência e 300 Nm de binário – desculpem-nos o francês, mas quem é que nunca puxou do calão e dos cavalos pelo menos uma vez na vida? – para perceber que estas palavras estão longe de ser apenas marketing. Também, mas não só. Já agora vamos ao press release buscar só mais umas declarações oficiais sobre este potente SUV a gasolina. “Concebido em França e fabricado em Douvrin, o modelo beneficia das mais avançadas tecnologias – elevação variável das válvulas de admissão, sincronização variável na admissão e escape, turbo twinscroll, injeção direta a 200 bar e filtro de partículas GPF, garantia de consumos e emissões ao melhor nível no segmento.” Em suma, um modelo com personalidade, moderno, pronto a batalhar com os rivais do segmento Premium.

Não, não é é uma máquina de corrida, nem é suposto que assim seja, se bem que os seus 8,2 segundos a atingir os 100 km/h e os 234 km/h de velocidade máxima mostrem que está aí para as retas. Mas será que isso interessa assim tanto? Qual é o condutor adulto – todos os condutores são supostamente adultos – que hoje em dia levam o ponteiro ao limite? O que importa é como ele se comporta em curva, na estrada, em viagem, em família, não sendo por isso de estranhar que os responsáveis da marca tenham escolhido o sul de França para a apresentação aos jornalistas – uma roadtrip de Marselha a Uzès, entre o mar Mediterrâneo, as paisagens da região da Camargue e as montanhas Hévennes.

É final de maio, há sol, campos de lavanda e de papoilas por todo o lado, vilas e cidades históricas com castelos no topo, hotéis de charme em que todos deveríamos poder acordar pelo menos um dia na vida, aquele património tão bem preservado como só os franceses sabem. O famoso je ne sais quoi, aquele savoir faire, que tanto associamos aos gauleses, lado a lado com a sua arrogância. Nem sempre é arrogância, muitas vezes é apenas personalidade. O mesmo se passa com este DS. A versão que nos calhou em sorte – Opera, a gama de equipamento interior mais elevada – é o exemplo disso mesmo. Se é para impressionar há que fazê-lo em grande, com um grande sistema de som, bancos tipo poltrona e pormenores pequeno burgueses que primeiro se estranham mas depois se absorvem, como alguns comandos em tom pérola. Ok, ok, mas e o comportamento? É o que é suposto ser. Silencioso, confortável, seguro, direção precisa, suspensão eficaz, com uma caixa automática de oito relações (EAT8) a preceito que, em modo ECO, consegue uma redução de seis por cento dos consumos relativamente às versões anteriores (THP 205). O consumo misto anunciado é de 5,9 L/100.

Mas é sabido que o cidadão de bem, distinto, não se preocupa apenas com o que gasta, mas também com o que (não) polui, com este motor a permitir uma redução “drástica das emissões de poluentes, independentemente das condições de utilização”. São mais uma vez palavras da casa. Como conseguem isto? Graças a um filtro de partículas GPF (Gasoline Particulate Filter) com uma eficácia de filtragem superior a 75%); um sistema de despoluição que utiliza novas tecnologias ao nível do catalisador, permitindo-se uma temperatura de escape mais elevada, fruto de materiais de elevada resistência térmica; e ainda uma reação da combustão otimizada, com a mistura ar/combustível a ser controlada com precisão através do recurso a uma nova geração da sonda de oxigénio. Já chega de frases técnicas. Se este será (verdadeiramente) o primeiro modelo do resto da vida da DS, se um motor destes e com este preço (a partir de 47.008.36 euros) terá grande saída em Portugal, só o tempo o dirá. A marca pode ainda não ter o estatuto da Mercedes, da BMW, da Audi ou da Volvo, construtores com as quais nasceu para ombrear – afinal foi criada apenas em 2014 – mas que tem qualquer coisa lá isso tem.

MOTOR

Tipo Gasolina Turbo Twinscroll,

Potência máxima 225 cv/165 às 5.500rpm

Consumo misto 5,9 L/100

Emissões de CO2 135 g/km

Preço: a partir de 47.008.36 euros