Pequeno por fora, mas espaçoso por dentro? Confere. Estiloso e charmoso? Confere. Motor cumpridor e muito económico? Confere. Esta é uma súmula de características do novo Hyundai i10, citadino que foi lançado no mercado nacional no início deste ano e que quer tornar-se na escolha óbvia para quem procura um carro para a cidade e não só.

Quando muitas das marcas adotam uma outra postura relativamente ao segmento dos pequenos carros para a cidade, abandonando-o, a Hyundai mantém-se de pedra e cal, apresentando uma nova proposta, o i10, que vai ao encontro de muitas das ambições dos condutores que fazem da cidade o seu principal terreno de movimentação. Mais ainda: foi um carro pensado e desenvolvido na Europa, dando validade à intenção da Hyundai de aproximar o desenvolvimento dos seus veículos dos mercados a que se destinam.

Diz-se que os ‘olhos também comem’ e, no caso do novo i10 também é verdade. A frente é agressiva q.b. e até mais conseguida do que a traseira, esta um pouco menos chamativa, mas o conjunto geral é muito bom neste capítulo. Com 3670 mm de comprimento, 1680 mm de largura, 1480 mm de altura e 2425 mm de distância entre eixos, o i10 garante uma habitabilidade cumpridora e entre as melhores do seu segmento – atrás, podem viajar três passageiros, mas tal não deve ser uma rotina, pois a largura não é fantástica. Porém, o espaço para as pernas nos bancos traseiros é muito positivo, bem como a altura do assento ao tejadilho, permitindo acomodar adultos até 1,80 m de altura. Além dos muitos espaços de arrumação no interior, a marca destaca ainda os 252 litros de capacidade da bagageira, que são adequados para viagens de fim-de-semana.

Ainda no habitáculo, não se conte com materiais luxuosos, predominando os plásticos, mas de boa qualidade e com boa construção geral, o que é um bom predicado. Os comandos têm bom manuseamento e o ecrã central tátil de 8.0” no topo da consola central uma boa visibilidade para o condutor. Este sistema apela a uma maior integração aos sistemas Apple CarPlay e Android Auto.

Alguns dos painéis interiores, no tablier e nas portas, mostram padrões diferenciados mais joviais. Na consola central há ainda um espaço para carregar o smartphone ou para deixá-lo, simplesmente, a repousar durante a viagem.

Motor honesto mas valoroso na economia

No ensaio, pudemos ‘sentir o pulso’ ao i10 com motor 1.0 MPi de três cilindros com 67 CV de potência e 96 Nm de binário, associado a uma caixa manual de cinco velocidades. Este é um bloco que se destaca por ser cumpridor e honesto, com boa resposta em aceleração, andando de forma animada e sem grandes queixumes nos ritmos urbanos ou fora da cidade quando ‘na mudança certa’, mostrando bons argumentos nesse capítulo.

É apenas quando deixa a cidade que mostra uma outra dificuldade pontual, sobretudo quando é preciso recuperar velocidade de forma lesta ou nas subidas mais íngremes. Uma ultrapassagem tem de ser mais ponderada e o recurso à caixa manual – com bom manuseamento – recomenda-se nestes casos, uma vez que é preferível para obter um ritmo mais vivo. Seja como for, não se lhe deve pedir mais, cumprindo com todas as expectativas na maioria das situações do quotidiano.

É até fácil de viver com este i10 porque a condução é também desenvolta. O equilíbrio entre conforto e estabilidade direcional é muito bem conseguido e, se demonstra bom amortecimento em mau piso, é ao mesmo tempo equilibrado e estável na passagem em curva, tirando também partido do peso inferior aos 1000 kg. Tudo conjugado, denota boa agilidade geral, o que também é ajudado pela direção, com bom ‘feeling’.

Mas há mais: esta motorização revelou-se muito económica em utilização completamente normal, com consumo médio de 4, l/100 km. Uma vez mais, o baixo peso também ajudará aqui, mas o facto é que o sistema start/stop em cidade ajuda muito na cidade, sendo bastante difícil, admita-se, chegar à casa dos seis litros por cada 100 quilómetros. E este é um argumento que pode ser importante para o i10 de nova geração.

A arquitetura de três cilindros descobre-se ao ligar, com uma sonoridade própria e algumas vibrações que depois desaparecem, mas, regra geral, é também um automóvel bem insonorizado em andamento.

A versão ensaiada – ‘Comfort’ – trazia elementos como o sistema de manutenção à faixa de rodagem (LKA), Travagem Autónoma de Emergência (FCA), alerta de arranque do veículo dianteiro (LVDA), sistema de Informação da Velocidade Máxima (ISLW), cruise control, jantes de liga leve de 15 polegadas ou o ecrã tátil de 8.0 polegadas com conexão aos smartphones e ligações Apple CarPlay e Android Auto. O custo da unidade ensaiada, com dois opcionais apenas – pintura metalizada (370€) e câmara de marcha atrás (335€) –, ficava por 14.535€, possível de baixar para os 13.110€ com uma campanha de financiamento próprio da marca.

Veredicto

Com o i10 de nova geração, a Hyundai reforça a sua aposta num segmento que é de difícil rentabilização, mas surge com um produto repleto de méritos, sendo o mais importante o da adequação. Este é um citadino muito bem concebido em praticamente todos os aspetos, combinando visual jovem com um interior durável e bem concebido, sem surpreender, mas cumprindo com todos os parâmetros desejáveis. Ao mesmo tempo, destaca-se pelo lado da tecnologia, tanto de segurança, como de infoentretenimento.

Neste cenário, o motor exibe parâmetro decisivo de economia e agradabilidade de utilização. Não sendo veloz, é cumpridor nas prestações, nomeadamente em cidade, sobressaindo, acima de tudo, pelos consumos que podem ser bastante baixos e uma importante ajuda no departamento do orçamento familiar.

O custo total insere-se na média do segmento, sendo justificado neste caso pela apreciação do conjunto no seu todo. A Hyundai fez um bom carro e aponta claramente ao topo do segmento. Para quem quiser um pouco mais de velocidade nas prestações, a opção pelo 1.2 de 84 CV (em breve) poderá ser opção a considerar.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Hyundai i10 1.0 MPi 67 CV Comfort MY20
Motor: Gasolina, 3 cilindros em linha, 998 cc, injeção indireta
Potência: 67 CV às 3500 rpm
Binário: 96 Nm às 3750 rpm
Transmissão: Caixa manual de cinco velocidades; tração dianteira
Acel. 0 aos 100 km/h: 14,8 s
Velocidade máxima: 156 km/h
Consumo médio (WLTP): 5,0 l/100 km
Emissões CO2 (WLTP): 114 g/km
Comp/Lar/Alt: 3670/1680/1480 mm
Distância entre eixos: 2425 mm
Peso: 996 kg
Bagageira: 252-1050 litros
Pneus: 185/55 R15
Gama i10 a partir de: 14.205€
Preço da versão ensaiada: 13.110€ (com campanha)

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.