A Porsche revelou a mais recente geração do 911 GT3 para as competições desportivas monomarca em diversos países. Agraciada com a denominação Cup, este 911 GT3 estará em diversos circuitos mundiais a partir de 2021, tal como nos da Porsche Mobil 1 Supercup, mas também nas competições nacionais na Alemanha, França ou Estados Unidos. Além de visual mais agressivo, este novo desportivo conta com um motor ‘boxer’ de seis cilindros com 510 CV de potência.

O 911 de geração 992 supera em 25 CV a potência do anterior, podendo ainda destacar-se pelo facto de poder utilizar combustíveis sintéticos, assim reduzindo de forma significativa a sua pegada ambiental em termos de emissões de CO2. Os tempos por volta deste novo 911 GT3 Cup deverão ser 1% inferiores aos alcançados pelo 911 anterior dependendo do circuito.

O desenvolvimento desta versão de competição monomarca teve início em 2018 (embora os primeiros passos concretos apenas tenham sido dados no início de 2019), com os objetivos estabelecidos de melhorar a performance, apresentar um design mais agressivo, ter um melhor comportamento e uma maior durabilidade de utilização.

Um dos pontos mais destacados deste novo 911 GT3 Cup é a aerodinâmica otimizada e a aparência mais musculada, graças à carroçaria de baixo peso. Com uma largura de 1902 mm, a via traseira supera a do anterior modelo em 28 mm, distinguindo-se pelas tomadas de ar adicionais em frente das rodas. O eixo dianteiro desta geração 992 é também mais largo, medindo 1920 mm. Em virtude disso, as cavas das rodas podem ser mais largas e as jantes também mais largas, melhorando a sua manobrabilidade. Por outro lado, beneficia igualmente de uma maior carga aerodinâmica, graças à combinação do avental dianteiro com o aileron traseiro de grandes dimensões. A asa traseira é adaptável em 11 posições.

Em comparação com o 991.2 Cup, cuja carroçaria tinha uma composição de 70% de aço e 30% de alumínio, o sucessor inverte essa conta. Com um peso total (em vazio) de 1260 kg, o novo 911 GT3 Cup é 35 kg mais pesado, devendo-se a reforços suplementares colocados na estrutura de segurança do habitáculo, entre outros elementos. No tejadilho, há uma escotilha de fuga de acordo com as normas da Federação Internacional do Automóvel (FIA). Todas as janelas são compostas de policarbonato leve resistente a riscos. As portas, capot do motor e asa traseira são produzidas em polímero de fibra de carbono reforçado (CFRP) para resistência e ligeireza.

O interior foi também desenvolvido para ser mais ergonómico, com banco ajustável em duas alturas e direção com acerto de altura e profundidade, numa combinação que pretende ser utilizável para todos os pilotos. O volante redesenhado aberto no topo foi concebido em fibra de carbono, com comandos integrados e botões retroiluminados.

A partir do volante, o piloto pode alterar configurações do equilíbrio do veículo ou a repartição de travagem, entre outros. O ecrã de 10.3 polegadas fio também melhorado, com informações do veículo em destaque. A eletrónica foi também melhorada na sua funcionalidade, sendo mais fácil de analisar, sobretudo na deteção dos erros ou falhas de sistemas. Além disso, o módulo de eletrónica passou do piso do lado direito do habitáculo – o que dificultava a instalação de banco para os momentos de ‘táxi’ – para o compartimento traseiro direito.

O primeiro 911 Cup surgiu em 1990, tendo por base o modelo de geração 964. Deu ‘corpo’ à Porsche Carrera Cup alemã com uma potência de 260 CV, sendo depois também usado na nova Porsche Supercup a partir de 1993, modalidade que integrava o programa dos fins de semana dos Grandes Prémios de Fórmula 1. Nas gerações seguintes – cinco –, o 911 Cup foi sendo evoluído ao sabor das tecnologias, com um total de 4251 unidades produzidas até hoje.

A suspensão conta também com vastas melhorias, beneficiando dos ensinamentos da competição, nomeadamente com eixo dianteiro decalcado do utilizado no 911 RSR – o modelo de competição de topo da Porsche. Pela primeira vez, conta com direção assistida eletromecânica, dispensando a bomba hidráulica e circuitos acessórios.

Quanto ao motor, mantém-se a fidelidade ao motor atmosférico, recorrendo a uma unidade ‘boxer’ de seis cilindros de 4.0 litros com 510 CV de potência às 8400 rpm e 470 Nm de binário máximo às 6150 rpm. Entre as singularidades deste modelo está a possibilidade de optar por um de três sistemas de escape diferentes – dependendo da série e dos regulamentos de cada competição.

O motor de seis cilindros apenas requer manutenção a cada 100 horas de utilização em pista, estando ligado a uma caixa sequencial de 72 kg, com patilhas atrás do volante. A caixa de velocidade necessita apenas de ligeira verificação após cada 60 horas de competição – ou seja, cerca de dois anos de Porsche Mobil 1 Supercup. Dobrando o valor – para 120 horas de competição – é necessária uma revisão completa.

As primeiras unidades serão entregues em fevereiro, estando já disponível para encomenda por 225.000 euros, mais impostos.

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