O Presidente da Ferrari, John Elkann, reafirmou o empenho da marca em ter o seu primeiro desportivo 100% elétrico nas estradas em 2025, confessando que o ceticismo inicial deu lugar ao entusiasmo por esta nova fase.

Numa entrevista concedida ao jornal italiano Gazzetta dello Sport (conteúdo para assinantes), Elkann mostrou-se bastante satisfeito com o desenvolvimento do seu primeiro modelo elétrico, mas também com a forma como a marca de Maranello está continuamente empenhada no desporto automóvel como forma de desenvolver novas tecnologias.

Referindo-se à chegada de Benedetto Vigna para o cargo de CEO, ou seja, um patamar acima de si, Elkann refere que “é um homem muito talentoso. Ele está ligado à tecnologia e consegue humanizá-la. Está a construir um futuro eletrizante para a Ferrari. Estou satisfeito, mesmo orgulhoso por ver como, dentro da companhia, a disposição mudou do ceticismo inicial para o entusiasmo quanto ao Ferrari elétrico que surgirá em 2025”, afirmou Elkann, que também não esquece o trabalho efetuado pelo malogrado CEO da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), Sergio Marchionne, que durante muito tempo advogou a necessidade de uma fusão entre a sua companhia e outra.

Na atualidade, com a FCA e a PSA unidas na Stellantis, John Elkann explica que agora estão na Liga dos Campeões, efetuando uma analogia com o mundo do futebol.

“O Sergio [Marchionne] ficaria muito orgulhoso de ver o que a Stellantis está a conseguir. Penso no momento em que esta aventura começou. Em 2004, a Fiat estava a lutar para evitar a despromoção. Depois, conseguimos, juntamente com a Chrysler e a FCA competir no meio da tabela e jogar na Liga Europa. Com a Stellantis, que tem pouco mais de um ano, estamos na luta pelo campeonato e estamos na zona de acesso à Liga dos Campeões”, afirma.

“Dentro da equipa Stellantis, as marcas italianas estão bastante bem. O 500 elétrico ganhou mais prémios do que qualquer outro Fiat. A Maserati está a sair-se muito bem e vai regressar à competição para os carros elétricos, a Alfa Romeo é rentável novamente graças a novos modelos e a Lancia está prestes a lançar uma série de produtos italianos elegantes”.

Por fim, embora dê à Fórmula 1 um natural destaque em termos de ambição (apontando aos títulos de pilotos e construtores… em 2026), Elkann destaca o regresso oficial da Ferrari à categoria principal do Mundial de Resistência (WEC), em 2023, com a natural expectativa da luta pelo triunfo máximo nas 24 Horas de Le Mans.

“Este vai ser um regresso muito importante para nós. Le Mans vai celebrar os seus 100 anos e vamos regressar à categoria Hypercar após uma ausência de 50 anos. A Ferrari não é apenas a Fórmula 1. Está presente em 20 categorias diferentes e no ano passado estabelecemos um novo recorde para o número de vitórias no automobilismo”, completou.