A primeira experiência da Toyota com um Corolla de motor de combustão alimentado a hidrogénio foi um sucesso. A marca japonesa terminou uma corrida de 24 horas no Japão com aquele modelo, com Akio Toyoda a ser também um dos pilotos a tomar parte neste evento, de forma a averiguar em primeira mão os desenvolvimentos alcançados.

Entusiasta da competição automóvel, Akio Toyoda foi um dos pilotos que tomou parte da corrida de resistência da Super Taikyu Series, modalidade japonesa de endurance, com uma duração de 24 horas que teve lugar no circuito de Fuji. O Corolla foi modificado quase em contra-relógio para estar à partida com um sistema de alimentação de hidrogénio em vez de gasolina para o motor 1.6 sobrealimentado de três cilindros do GR Yaris, que foi transplantado para o Corolla.

Porém, a corrida não decorreu sem alguns problemas, cumprindo 358 voltas ao circuito de Fuji, o que quer dizer que esteve apenas 11 horas e 54 minutos em pista (1643 quilómetros no total), perdendo cerca de quatro horas em processos de reabastecimento de hidrogénio, bastante mais do que os modelos rivais com motor de combustão que estiveram em prova. Tal deveu-se à menor capacidade dos tanques de hidrogénio colocados no Corolla, num evento que serviu sobretudo para testes e não para alcançar um resultado valioso em pista.

Assim, cerca de oito horas foram passadas nas boxes em vistorias de segurança ou reparações, não só relacionadas com o sistema de hidrogénio, mas também com a própria motorização 1.6 que foi transplantada para o Corolla. Entre os problemas, por exemplo, a equipa debateu-se com uma ligeira fuga de hidrogénio no compartimento do motor, a qual foi prontamente detetada pelos sensores do veículo ainda na fase inicial da prova.

Outro dos problemas, já na hora final, foi mais caricato e teve resolução de recurso. Quando Hiroaki Ishiura detetou problemas de estabilidade severos com o Corolla, a equipa identificou o problema como sendo uma porca em falta no amortecedor traseiro direito. Sem que tivesse uma peça de reparação, um dos mecânicos lembrou-se que a mesma peça é usada no GR Yaris, pelo que rapidamente foi dada a ordem para que a peça fosse removida do carro de um dos membros da equipa que o havia estacionado atrás das boxes…

Toyoda mostrou-se bastante satisfeito com esta prestação do Corolla e com os desenvolvimentos alcançados nesta corrida. “É fantástico que tenhamos conseguido completar a corrida… quer dizer que cumprimos mais de 1500 quilómetros, certo? Enfrentámos muitos problemas, mas graças ao esforço árduo de todos conseguimos completar a corrida com um carro quase num estágio de ‘shakedown’. Acredito que alcançámos muitos avanços porque conseguimos ter o carro pronto a tempo para esta corrida”, referiu em vídeo ao blogue Toyota Times.

“Graças a estas descobertas, agora sabemos quais são os problemas e esta corrida de 24 horas tornou-se num marco para nós prepararmos o futuro”, acrescentou o CEO da Toyota, lembrando, uma vez mais que, no caminho para neutralidade carbónica, “acredito que não é através dos regulamentos ou objetivos [que isso se alcançará], mas através de paixão objetiva e de ação que será criado o futuro”.

Além de Toyoda (sob o pseudónimo ‘Morizo’), outros nomes relevantes passaram pelo lugar do condutor do Corolla, como ex-piloto de Fórmula 1 e atual representante da marca no Mundial de Endurance (WEC), Kamui Kobayashi, que iniciou a corrida.