Toyota RAV4: O SUV mais vendido do mundo renovado por completo

23/01/2019

Cumprindo em 2019 os seus 25 anos, o Toyota RAV4 renova-se por completo, chegando a Portugal com uma aposta clara no sistema híbrido de nova geração desenvolvido pela marca nipónico, mas também mudando radicalmente no capítulo visual. Já disponível, a versão 2.5 Dynamic Force FWD, tem um custo de 38.790€ (na versão Active), ao passo que que a versão AWD-i chega apenas em março com um custo de 44.590€ (na versão Comfort).

Eis um facto evidente: o novo SUV da marca nipónica transfigurou-se por completo e tem agora uma imagem robusta, com laivos de agressividade que demarcam esta geração da anterior, sobretudo na secção dianteira, funcionando em uníssono com o formato de polígonos em diversos elementos para uma imagem expressiva. Mas essa foi uma missão aceite pelos engenheiros e designers da Toyota, que têm de responder ao pedido de Akio Toyoda, CEO da companhia, de que os carros aborrecidos são coisa do passado. Uma mudança dramática, portanto, como referiu o engenheiro-chefe assistente, Kazuhiso Matsumoto, e que corrobora a visão que já nos havia sido confiada pelo seu colega, Yoshikazu Saeki.

Com a primeira geração lançada em 1994, o RAV4 é um dos pilares da marca japonesa em termos de mercado, assumindo-se como o SUV mais vendido do mundo e que no cômputo das quatro gerações anteriores somou um total de nove milhões de unidades vendidas (dois milhões das quais na Europa). Transversais a todas essas gerações foram os princípios de conforto, robustez, economia e funcionalidade, combinando os benefícios de um SUV com os de um carro de passageiros. Assim, na quinta geração, o objetivo assumido era desenvolver um carro que superasse as expectativas, num automóvel capaz de combinar aventura e utilização quotidiana.

Foi desenvolvido, então, em torno do conceito de Robust, Accurate Vehicle 4AWD. Como é fácil de observar, as iniciais para RAV4… Como ponto de partida, utilizou-se a versão mais longa da plataforma TNGA, neste caso denominada GA-K, que também será utilizada no novo Camry, e que permite, de acordo com os responsáveis da Toyota, uma maior versatilidade de desenvolvimento e, não menos importante, a modelação de uma imagem aventureira, arrojada e mais emotiva. Altera-se em dimensões, por exemplo, com a menor altura em 10 mm, mas aumento de 10 mm na largura e maior distância entre eixos, ampliada em 30 mm para mais espaço a bordo. Aspeto também importante é o aumento da altura ao solo em 15 mm, beneficiando ao mesmo tempo de extremidades suspensas encurtadas, para uma habilidade melhorada em performances fora de estrada.

Interior confortável e espaçoso

Num SUV como o RAV4, explicou-nos a Toyota, é um “objetivo ter um interior confortável e apto para a família, a meio caminho entre um Land Cruiser e um C-HR”, pelo que se trabalhou na dotação de materiais mais cuidados para o interior e com uma correta ergonomia de comandos. Por exemplo, os comandos rotativos do sistema multimédia Toyota Touch 2 são em borracha, assim como as pegas das portas por exemplo. Na consola central há um novo seletor de caixa, com mais espaço livre entre os bancos da frente graças à adoção de um travão de parque elétrico. Compuseram-se ainda novos espaços de arrumação a bordo e mais espaço para os smartphones, numa necessidade cada vez mais recorrente devido ao crescimento desses aparelhos.

O espelho traseiro Smart Rear View Mirror é uma estreia absoluta na Europa. Trata-se de uma câmara separada da de visão traseira, que transforma o retrovisor interior numa câmara ajustável que melhora a visibilidade e que serve de espelho convencional também.

Há novos bancos TNGA (15 mm mais baixo no ponto de anca), embora com posição de condução elevada, enquanto o volante tem ajuste de 60 mm. Atrás, também mais espaço, com ganho de 40 mm no espaço para as pernas e melhoria no posicionamento dos pés dos passageiros desses bancos.

A melhoria da visibilidade durante a condução foi um fator tido em conta, com a mudança dos espelhos para a zona inferior das portas, por exemplo, mas também se tentou melhorar a visibilidade traseira a três quartos com pilar C mais inclinado para facilitar a visão posterior. A bagageira cresceu 65 mm no comprimento, equivalente a mais 79 litros para um total de 580 litros, havendo ainda a opção de bagageira elétrica com sensor de pé. Os bancos traseiros rebatíveis aumentam a funcionalidade da bagageira.

Filosofia do híbrido

Com as motorizações híbridas a ganharem peso e espaço nas gamas de cada vez mais marcas, cabe à Toyota manter-se entre as marcas de destaque no que a motorizações deste género diz respeito, com o RAV4 a dispor de novo sistema Dynamic Force 2.5, que surge aqui em duas variantes, uma de tração dianteira e outra de tração integral AWD-i (não permanente), com composição eletrificada. Ou seja, o objetivo foi melhorar as performances gerais, melhorar a tração em superfícies escorregadias, reduzir a subviragem e aumentar a estabilidade em curva. Novidade é ainda o modo Trail para fora de estrada, que é mais económico, compacto e silencioso, proporcionando maior motricidade de forma rápida em pisos escorregadios com a possibilidade de fazer variar até 80% o binário para as rodas traseiras, uma melhoria face aos 60% do sistema anterior. A gestão da aderência faz com que o RAV4 AWD-i consiga superar caminhos ou trajetos mais difíceis com um controlo eletrónico a travar uma roda que perca a aderência (por exemplo, no ar em pisos de TT), transferindo o binário para a roda oposta, com motricidade.

Tecnicamente, o sistema híbrido é de definição simples. Na dianteira está o novo motor a gasolina 2.5 de ciclo Atkinson com elevada eficiência (40%), que adota novo mecanismo de válvulas (admissão: VVT-iE e escape: VVT-i), além de taxa de compressão superior (de 12.5:1 para 14.0:1) e novo Sistema de Injeção Direta (D-4S), que substitui o de Injeção Eletrónica de Combustível

(EFI). A unidade tem uma potência de 178 CV e 221 Nm de binário. Junta-se, depois, um motor elétrico na dianteira de 80 kWh, bem como um gerador, situando-se na traseira a bateria híbrida de hídretos metálicos de níquel, mais compacta, leve (menos 6 kg do que a atual) e com frequência e tempo de carregamento mais curto, o que permite dessa forma a circulação mais demorada em modo elétrico. No caso da versão AWD-i, há que contar ainda com um outro motor elétrico no eixo traseiro. A variação da potência combinada é singela: 218 CV no FWD ou 222 CV no AWD.

Um novo sistema de gestão integrada de tração às quatro rodas (AWD IM) otimiza o comportamento do RAV4 atuando ao nível do motor, caixa, direção elétrica e travões, de acordo com o modo de condução selecionado e as condições de circulação. A unidade de controlo de potência está mais compacta e instalada diretamente acima do transeixo.

Além de utilização fora de estrada, a Toyota procurou também tornar esta motorização mais refinada em estrada, com baixas emissões e consumos associados. No ciclo WLTP , a versão FWD anuncia uma média de 5,6 ou 5,7 l/100 km (dependendo das jantes) e emissões de CO2 de 126 ou 128 g/km. Note-se que os valores de homologação WLTP são apenas válidos para o FWD, na medida em que o AWD ainda não tem valores homologados na Europa. A aceleração dos zero aos 100 km/h cumpre-se em 8,1 segundos (AWD) ou 8,4 segundos (FWD). A insonorização também foi trabalhada, para oferecer ruído mais baixo, sendo este um ponto que a Toyota destaca bastante. Noutra nota, a poupança é sentida até pelo facto de poder circular em modo EV a velocidades até aos 130 km/h.

“Confiante e natural”

A plataforma TNGA também permitiu à Toyota oferecer novos parâmetros de afinação para o chassis, procurando dotar este modelo de um compromiso de estabilidade, naturalidade de reações e segurança. Nova configuração da direção assistida elétrica (EPS), suspensão traseira de braços duplos e um incremento substancial na rigidez estrutural (+57%), além de baixo centro de gravidade, transmitem também estabilidade e conforto de viagem, com o trabalho aerodinâmico a fornecer também maior insonorização e eficácia (o AWD dispõe, até, de fundo coberto).

A distribuição de peso está otimizada, com 51% na frente e 49% atrás, além de beneficiar de largura de vias maior de 35 mm à frente e 55 mm atrás. O sistema de travagem é específico para a Europa, com a marca a reconhecer que os condutores europeus são os que mais exigem do sistema de travagem.

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Quanto a equipamento, a marca destaca a boa dotação do modelo de base Active (muito orientado para o cliente empresarial), incluindo de série cinco portas USB (três à frente e duas atrás), jantes em liga leve de 17”, faróis LED (de circulação diurna e traseiras), ar condicionado automático, Toyota Safety Sense 2, botão de ignição, TFT a cores de 4.2” no painel de instrumentos e sistema Toyota Touch 2 com ecrã tátil de 7”. Este nível está apenas associado à tração dianteira, uma vez que o de tração integral apenas começa no nível de equipamento Comfort, já um pouco mais composto (acrescenta jantes de 18”, sensor de chuva, porta da bagageira elétrica e sistema Toyota Touch 2 com ecrã de 8”.

A grande aposta da Toyota para o mercado luso será o RAV4 no nível Square Collection, composto por elementos como as jantes em liga leve de 18” pretas, faróis LED com projetor, vidros traseiros escurecidos, tejadilho Night Sky, bancos em pele artificial, banco do condutor com ajuste elétrico horizontal, lombar e em altura, alerta do ângulo morto e deteção traseira de aproximação de veículos.

De série, o Toyota Safety Sense 2 propõe maior segurança para os ocupantes, com uma série de equipamentos tecnológicos avançados. Já com mais de dois milhões de carros equipados com este sistema desde 2015, a evolução incorporada no novo RAV4 tem como destaque os sistemas de cruise control adaptativo e assistente de manutenção de faixa (LTA), com maior facilidade na manutenção em via, além de nova câmara e novos radares, que permitem melhorar a condução noturna, sobretudo ao nível da deteção de peões e de ciclistas à noite.

Preços

Por fim, quanto a preços, o RAV4 FWD tem um esquema que parte nos 38.790€ do nível Active, subindo para os 41.390€ do Comfort, 44.590€ do Square Collection, 46.590€ do Exclusive e termina nos 49.590€ do Lounge. Ligeiramente menos composta, a gama do modelo AWD parte nos 44.590€ do Comfort, passando depois pelos 47.790€ do Square Collection, 49.790€ do Exclusive e terminando nos 52.790€ do Lounge no topo. A versão de tração dianteira é Classe 1 nas portagens quando equipada com o dispositivo Via Verde.

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