A réplica do Audi Quattro S1 construída pelo piloto de ralis Andrew Hawkeswood

08/08/2020

O Grupo B foi a era dourada dos ralis, com máquinas diabólicas, onde era desenvolvida tecnologia de ponta e instalados componentes exóticos, quase como a Fórmula 1 na terra. Apesar de ter durado pouco tempo, devido à sua perigosidade, o Grupo B ficou sempre no espírito dos amantes do desporto motorizado e o sonho de qualquer petrolhead.

Devido aos poucos exemplares produzidos destas máquinas, ter um é um privilégio que poucos conseguem, estando na sua maioria em colecções, sendo que raramente se encontram à venda e, quando o estão, o valor é muito elevado. Na impossibilidade de ter um original, o piloto de ralis neozelandês Andrew Hawkeswood simplesmente construiu um para ele.

De todas as réplicas dos automóveis de Grupo B, o Audi Quattro S1 é dos mais fáceis de reproduzir, pois tem por base o mesmo automóvel que saia da linha de produção e não um chassis tubular e, além disso, mantém o seu motor montado na frente. Obviamente que, mesmo assim, não é uma tarefa fácil, mas Andrew não baixou os braços e aproveitou tudo o que tinha na sua equipa, a Force Motorsport.

Tal como o original Quattro S1, a carroçaria necessita de várias alterações para ficar com as proporções correctas, pois eram 320 mm mais curtos que o Audi Coupe/Quattro tradicional e a traseira é completamente diferente. Os para-brisas também eram diferentes, mais curtos e mais angulosos, que os do Quattro tradicional. Todo o exterior foi replicado do Sport Quattro S1 original.

Mas, há um pormenor que diferencia esta réplica das restantes, é que na grande maioria das replicas produzidas têm por base o Quattro tradicional com o sistema de tracção integral, esta réplica do Quattro S1 tem os fundos e a tracção integral de um Subaru Impreza WRX STI, tudo porque Andrew adquiriu um Audi Coupe GT de tracção frontal. Além do mais, existe um maior número de peças para os Subaru do que para os Audi, como os autoblocantes da Cusco e a caixa de seis velocidades é melhor.

Como não poderia deixar de ser, a mecânica é o tradicional motor de cinco cilindros em linha da Audi, com 20 válvulas e dupla árvore de cames à cabeça, de 2,2 litros de cilindrada. O motor foi todo desmontado e preparado com bielas reforçadas e pistões forjados Wiseco e, claro a está, a cabeça recebeu válvulas maiores e árvores de cames mais agressivas. A admissão de ar também foi alterada com um colector de admissão em alumínio e tubagens individuais para cada cilindro, com a sobrealimentação a cargo de um turbo Garrett GT3076, com um restritor de 36 mm requerido para provas do Rally Xtreme Challenge, levando o ar para o intercooler frontal, entrando no colector através de uma borboleta de um Mitsubishi Lancer Evolution. O combustível – etanol E85 – é injectado através de injectores SARD de 800 cc cada, com duas bombas Bosch 044. A electrónica do motor é gerida por uma centralina MoTeC M600. Acoplado ao motor, está uma caixa manual de seis velocidades, proveniente do Subaru Impreza WRX STI, com relações curtas Pfitzner Performance Gearbox e embraiagem de duplo disco Exedy.

A suspensão foi produzida especificamente para este Audi Quattro pela MCA Suspension. Com o aumento de potência a travagem tem de ser melhorada e foram aplicadas pinças Alcon, com discos flutuantes à frente e atrás.

O interior, como é óbvio, está reduzido ao mínimo e não seguiu a linha do Audi Sport Quattro S1 original. Está equipado com roll cage multiponto, baquets Sparco Evo, cintos Willans, volante Sparco e mostradores Auto Meter Ultra-Lite. As jantes utilizadas são da Compomotive Motorsport de 15” para terra e 18” para asfalto. Uma das melhores coisas deste automóvel é que é completamente legal para circular na via pública, na Nova Zelândia, sendo todo inspeccionado pela LVVTA (Low Volume Vehicle Technical Association).

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