Um pequeno descuido numa frase colocou o CEO do Grupo Volkswagen, Herbert Diess, no centro de uma polémica devido a um termo utilizado e que, fora do contexto, era extremamente semelhante ao utilizado na Alemanha Nazi.

Durante a Conferência de Apresentação de Resultados da companhia germânica, Diess, em alusão ao termo EBIT, termo financeiro em inglês para explicitar os ‘lucros antes de juros e impostos’, apontou que o ‘EBIT macht frei’, ou seja, os lucros libertam.

No entanto, essa frase é extremamente aproximada a ‘Arbeit macht frei’, posicionada precisamente no arco de entrada no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, aquele que é apontado como um dos mais letais locais de extermínio de judeus.

De acordo com a BBC, Diess teve de se retratar publicamente por estas declarações, informando que “em momento algum, foi minha intenção que esta declaração fosse colocada num falso contexto. Naquele momento, simplesmente não pensei naquela possibilidade”, acrescentando ainda que foi uma “escolha de palavras infeliz”.

Não obstante, Diess voltou a relembrar que a Volkswagen tem “uma responsabilidade especial pelo Terceiro Reich”, mas reforçou que não foi sua intenção fazer qualquer associação com um dos períodos mais negros da História da Humanidade.

Recorde-se que a marca alemã foi fundada em 1937, com o apoio expresso de Adolf Hitler, que via no ‘Carro do Povo’ uma forma de tornar a Alemanha num país progressista. Já durante a Segunda Guerra Mundial, a marca produziu veículos para o esforço de guerra germânico e recorrendo a trabalho escravo para o mesmo.

Devido a essa conexão, a Volkswagen promove ações de responsabilidade social para consciencializar sobre este assunto, promovendo no ano passado uma visita ao campo de concentração de Auschwitz com os seus jovens aprendizes para que estes tenham uma ideia do genocídio de massas que teve lugar naquele campo de concentração.

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