Lisbon Mobi Summit: Boas soluções de mobilidade não são iguais para todos

Estudar as particularidades de cada cidade para poder preparar as mudanças necessárias a uma melhor mobilidade foi o tema que Simon Dixon, Global Transportation Sector leader, Deloitte levou ao Lisbon Mobi Summit, no início da sessão plenária da tarde desta sexta-feira.

Para Dixon é preciso perceber o que a inovação pode fazer por cada uma das cidades, com os governos a terem um papel fundamental, pois é imprescindível ter as bases certas nas infraestruturas e na segurança, por exemplo. Acrescentou que os governos têm de encontrar o balanço certo entre a procura e o que é disponibilizado à população.

“A integração dos sistemas de mobilidade é a chave”, salientou. Ser possível organizar uma viagem por vários meios de transporte tendo apenas de comprar um bilhete, usando apenas um telemóvel, é algo a concretizar. “Tem muitos benefícios, mas dá trabalho porque vai quebrar com modelos antigos.”

Outros dos pontos que a Deloitte tem estudado prende-se com os congestionamentos. “O que nos surpreende é que é um problema em todo o lado”, realçou. E onde há congestionamentos, a qualidade do ar piora pois reflete essa situação.

Dixon considera que a gestão dos carros disponíveis desempenha um papel na integração da mobilidade nas cidades, dando o exemplo dos carsharings. No entanto, os responsáveis pelas cidades terão de ter em atenção a articulação da gestão desses veículos com os autocarros, que acabam por não conseguir andar com o excesso de carros que surgem nas cidades.

Lidar com a cultura de cada cidade é incontornável e é por isso que Dixon recusa dizer qual é a melhor. Refere como em Amesterdão é possível andar tanto de bicicleta, devido ao terreno plano e ao clima ameno, algo impensável numa cidade onde haja invernos rigorosos. Porém diz que apostar nos autocarros seria importante, por ser mais fácil de criar estradas para eles, do que abrir caminho para um metro. “Apelo a que tornem o autocarro mais verde”, disse.

Terminou a referir como o público e o privado devem trabalhar juntos, com os governos a serem os que têm de fazer a aposta inicial, para talvez assim motivar o sector privado. “O governo deve ser um catalisador.”