M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Nos Estados Unidos, o Pentágono foi encarregado de desenvolver um programa para desenvolver um sistema capaz de fornecer energia sem limitações para missões militares em locais de acesso difícil e que seja fácil de transportar. A resposta foi o Project Dilithium, que propõe a criação de reatores nucleares portáteis, que podem ser levados de um lugar para outro em qualquer meio de transporte convencional. O nome do projeto é uma referência ao elemento fictício usado no universo Star Trek para fazer as naves ultrapassar a velocidade da luz.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Embora seja atrativa a ideia de ter acesso direto a uma fonte quase inesgotável de energia e que não ocupa muito espaço, o transporte de material radioativo em zonas de guerra causa problemas adicionais. A ideia é que os reatores sejam transportados num camião ou avião, tornando-os alvos apetecíveis para todas as tropas inimigas. Mesmo com segurança reforçada para proteger os reatores nucleares de qualquer ângulo de ataque, não é preciso muita sorte para acertar com um míssil ou uma granada no veículo de transporte, podendo causar uma explosão e irradiando a região circundante, tornando-a inabitável por décadas.

Por isso, os reatores nucleares portáteis vão ter especificações que exijam segurança adicional para prevenir que um ataque exponha o material radiativo ao exterior. Cada reator vai ter capacidade de produção de um a dez megawatts de eletricidade, com um peso máximo de 40 toneladas para o aparelho, baixo o suficiente para ser transportado num avião de carga ou num camião com atrelado. Também deve ser capaz de funcionar durante três anos sem substituição do urânio, e deve poder funcionar de modo semi-autónomo, para evitar manutenção constante.

Quanto à segurança, os detalhes são mínimos, pois o reator deve ter proteção para que a fusão dos elementos seja fisicamente impossível, e não haja risco de fugas de radiação, ou de quaisquer riscos adicionais à saúde pública, mas o relatório entregue ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos não explica como isso vai ser feito para lidar com potenciais ataques militares ou terroristas.