Criada pelo Grupo Renault a 1 de julho de 2023 como uma entidade independente para o desenvolvimento de motores de combustão e sistemas híbridos, a Horse terá na fábrica portuguesa de Cacia, em Aveiro, um elemento “crucial” para o seu projeto estratégico, como adiantou em entrevista ao Motor24 o CEO desta companhia, Patrice Haettel.

No plano estratégico do Grupo Renault para o futuro, a eletrificação dita leis, mas espera-se, ainda que os motores de combustão interna tenham um papel determinante em muitos mercados globais para os quais será fundamental criar soluções neutras em emissões de carbono.

Para tornar esta via mais dinâmica, criou-se uma nova companhia, a Horse, cujo papel é, precisamente, continuar o legado da Renault nas motorizações térmicas, aproveitando toda a sua experiência de décadas na indústria automóvel, mas dando-lhe autonomia a vários níveis, desde logo, procurar novos parceiros (como a Geely e a Aramco) e fornecer outros fabricantes com as suas motorizações híbridas.

Com sede na cidade espanhola de Madrid, a Horse dispõe atualmente de 9000 empregados espalhados por três centros de desenvolvimento e oito locais de produção, situados em sete países diferentes – Argentina, Brasil, Chile, Espanha, Portugal, Roménia e Turquia.

No território luso, Haettel assume a relevância da fábrica de Cacia, perto de Aveiro, especializada na produção de caixas de velocidades e outros componentes mecânicos, esperando novos desenvolvimentos para os próximos anos em linha com a estratégia de continuação de sistemas associados aos motores de combustão e sistemas híbridos.

“A fábrica da Horse em Aveiro, Portugal, é crucial para nós. Tem uma capacidade de produção de 2500 caixas de velocidades por dia, além das bombas de óleo e de outras partes produzidas para os motores”, indica Haettel.

“É um elemento-chave da nossa estratégia. A Horse Portugal está pronta para novos projetos que possam ser significantes para a fábrica e que comprovam o nosso compromisso para com Portugal”, complementou.

Cacia chegou a ser apontada como um ponto da rede da nova filosofia ‘Refactory’, que foi primeiramente implantado em Flins (França), ao longo do qual diversos processos permitem recondicionar automóveis usados, colocá-los a um patamar quase novo e recolocá-los no mercado com garantia. No entanto, a aplicação do conceito em Cacia terá sido abandonada, preferindo-se ao invés manter Cacia como um centro especializado na produção de componentes para a Horse.

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