Agora na posse do colecionador, entusiasta e fundador da Scuderia Cameron Glickenhaus (SCG), James Glickenhaus, o Modulo Concept tinha por base o Ferrari 512S, sendo apresentado ao mundo no Salão de Genebra de 1970 como visão do design do futuro. O seu desenho em cunha e altura extremamente baixa mostravam como as linhas aerodinâmicas poderiam moldar os carros desportivos vindouros, embora, como se verificou ao longo dos tempos, poucos carros usaram aquele formato com tanto afinco.
O acesso ao habitáculo fazia-se pela redoma superior que se movia longitudinalmente para a frente, deixando assim espaço para que o condutor e o passageiro entrassem. Com apenas 93 cm de altura, este era também um carro bastante baixo, mas que conseguia, ainda assim, acomodar um motor V12 de 5.0 litros com 550 CV de potência.
Esses valores não passariam de retórica se não fosse o arrojo de Glickenhaus, que decidiu adquirir o concept à Pininfarina quando esta necessitou de dinheiro para evitar a bancarrota, convertendo-o numa unidade 100% funcional, pronta a conduzir no dia-a-dia, para uma visão que é certamente única, atendendo a que apenas se produziu o modelo de exposição. Uma tarefa bastante morosa e complicada, uma vez que o Modulo nunca deveria ter sido feito para andar, pelo que faltava-lhe muitos dos componentes essenciais, a começar pelo motor V12.
Para recordar a importância deste concept, os correios italianos – Poste Italiene – conceberam um selo especial limitado a 400.000 cópias (1,10€ cada) inserido na temática especial da ‘Excelência do sistema produtivo e económico’, em honra do 50º aniversário da sua revelação no Salão de Genebra.
A apresentação do selo decorreu na sede da Pininfarina em Cambiano, onde Paolo Pininfarina, Presidente, e Silvio Angori, CEO, estiveram presentes para observar também como Glickenhaus, que marcou igualmente presença, restaurou por completo o ícone do desenho da década de 1970. O Modulo, naturalmente, também não poderia faltar.
