Quando a Sony Playstation e a Nissan se aliaram para a criação do projeto GT Academy, em 2008, o objetivo declarado de transformar um jogador de ‘Gran Turismo’ em piloto de competição capaz de ombrear com os profissionais em pista foi olhado com desconfiança e descrença. Quase como que nos primórdios dos eSports, a transição entre o virtual e o real esbateu-se neste projeto radical, que tem agora a sua história explicada no filme ‘Gran Turismo’.

Em 2008, a Nissan quebrou barreiras ao introduzir a competição radical ‘de jogador a piloto’, uma iniciativa ousada que transformou os melhores jogadores de ‘Gran Turismo’ em pilotos profissionais de competição.

“A GT Academy foi uma parceria entre a Nissan e a Sony Playstation para tentarmos perceber se os melhores jogadores do mundo de ‘Gran Turismo’ tinham o que era preciso para se transformarem em pilotos profissionais”, recorda Gareth Evans, diretor de comunicação e de Marketing da Nissan Motorsports, falando sobre a génese deste projeto que até 2008 era inédito.

“Honestamente, muita gente pensou que éramos loucos ao pegarmos em jogadores do mundo virtual e colocá-los em carros de corrida reais, não acreditavam que fosse possível. Mas, enquanto marca desafiante, a Nissan sempre ousou fazer o que os outros não fizeram. Estimava-se que fosse um programa com apenas um ano de duração, mas foi tão bem-sucedido e inovador que esteve em vigor entre 2008 e 2016”, acrescenta Evans.

Os jogadores candidatos a pilotos reais tiveram a oportunidade de afinarem as suas capacidades em máquinas de competição tão exigentes como os Nissan GT-R Nismo e 370Z Nismo, mas também tiveram de se sujeitar a outro trabalho de desenvolvimento no campo físico, algo essencial para suportar as exigências dos carros de competição.

Entre os principais nomes a saírem deste programa de competição contam-se Lucas Ordóñez, que foi o primeiro a vencer a GT Academy, em 2009, ou Jann Mardenborough, que venceu a edição de 2011, sendo precisamente sobre a história este último que se desenrola o filme que estreou nas salas de cinema a 10 de agosto.

“Soube quando ganhei a GT Academy de 2011 que a minha vida iria mudar, mas não sabia quanto”, afirma Mardenborough, que tem como corolário da sua carreira o pódio na categoria LMP2 no ano em que se estreou nas 24 Horas de Le Mans, em 2013. O percurso do piloto passou depois pela Ásia, mais concretamente, pelo Super GT encontrando-se presentemente a disputar o Super Taikyu, campeonato japonês de carros de turismo.

Dado o sucesso das edições iniciais, a GT Academy ampliou a quantidade de competições regionais, com milhões de concorrentes a participarem, dos quais apenas os melhores eram escolhidos para as sessões de apuramento. No total, 22 pilotos foram eleitos para uma faceta de pilotos profissionais.

Um dos vencedores foi Miguel Faísca, que em 2013 venceu a competição europeia e que viu assim abrir-se a porta nas competições profissionais do automobilismo, chegando mesmo a participar em provas da Blancpain Endurance Series e nas 24 Horas do Dubai, na qual obteve o triunfo na classe SP2. Tal como os demais vencedores, Faísca teve de superar diversos testes e desafios em circuito mas também do foro físico, de forma a aguentar as agruras de competir ao mais alto nível.

Miguel Faísca venceu a GT Academy Europe em 2013, destacando-se como o mais veloz entre os candidatos que estiveram em Silverstone naquele ano para o confronto direto.

Sem olhar a meios, mas com um forte impacto na forma como o automobilismo virtual passou a ser encarado, “a GT Academy foi completamente única e faz parte da herança da Nissan. Estamos muito orgulhosos disso. Ousámos fazer algo de diferente e encontrar outra forma de descobrir talento”, refere Takao Katagiri, CEO da Nissan Motorsports.

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