Dono de uma aura muito especial e de um estatuto que poucos outros automóveis conseguiram alcançar na indústria. O Mini original, ideia de Sir Alec Issigonis, comemora a 26 de agosto o seu 60º aniversário, numa fase em que prepara a entrada numa nova era com a eletrificação no horizonte, agora integrada no gigante grupo BMW.

Com um desenho único e inovador, o Mini original causou espanto e desejo em igual medida, quando no final da década de 1950 o seu inventor, Alex Issigonis desenhou o primeiro esboço e o trouxe para o mundo real. Mas, esse processo esteve longe de ser fácil.

Alexander Arnold Constantine Issigonis nasceu no então Império Otomano, mais concretamente na cidade que é hoje conhecida como Izmir, na Turqua, sendo filho de um bem-sucedido engenheiro naval de origem grega, mas com passaporte britânico. A confluência de origens tem ainda outros pontos de contacto, como a mãe bávara (uma curiosidade se se atentar que a ‘casa-mãe’ da MINI é hoje a BMW, também da Bavária), mas em 1922 a família decide partir para a Inglaterra depois de todos os detentores de passaporte daquele país terem sido expulsos.

Desde cedo que Issigonis manteve o sonho de ser engenheiro automóvel e, depois de cumprir os seus estudos e de trabalhar inicialmente em estúdios de desenho, foi a passagem pela Morris Engineering Department com 30 anos de idade que o deixou mais perto de cumprir o seu sonho. Aí deu origem ao Morris Minor. Com a fusão da Morris e da Austin para formarem a British Motor Corporation, em 1952, Issigonis saiu por um curto período para a Avis, regressando depois para aquele que viria a ser um dos seus projetos maiores, o Mini. A sua justificação veio do cenário político e económico da época.

Com o final da Segunda Guerra Mundial e com a crise do petróleo devido à Crise do Suez, Issigonis lançou-se na ideia de conceber um pequeno automóvel com imenso espaço a bordo, mas também lotação para quatro e boas características de condução a preço contido.

Eis o pano de fundo para o Mini original, que se tornou rapidamente num objeto de culto, dando origem a diversas variantes de carroçaria e que também andou a espalhar capacidades no desporto, como nos ralis ou troféus.

Mais tarde, viria a ser absorvida pela BMW num processo de expansão desta marca. Perdeu a menoridade e ganhou as maiúsculas que hoje lhe conferem o nome MINI, de certa forma perdendo também as mesmas dimensões compactas que lhe fizeram história, ao abrido das novas normas de segurança, que obrigam a maior robustez. Diversificou-se ainda em tamanhos e formatos, mas nunca quis perder a ideia de diversão de condução pela qual se popularizou.

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