Alvo de grande polémica por parte de legisladores e alguns construtores, a norma Euro 7 para a medição de emissão poluentes e de consumos do setor automóvel na Europa está cada vez mais perto de ser implementada, embora um acordo entre os vários ministros da União Europeia (UE) tenha tornado a norma mais ‘suave’ nalguns aspetos.

Com Espanha a ter a seu cargo a presidência rotativa de União Europeia, coube ao país ibérico a apresentação de uma versão da proposta Euro 7 que é bem mais ‘suave’ para os automóveis de passageiros, nomeadamente, mantendo as normas de teste e valores atualmente em vigor para a maioria das emissões poluentes dos modelos de passageiros e comerciais ligeiros.

Porém, há mesmo novidades: as normas agora acordadas preveem um limite mais apertado para as emissões de partículas provenientes dos pneus e dos travões, que até agora têm merecido pouca atenção, mas também uma redução dos valores de emissões para os veículos pesados de transporte e autocarros.

Apesar de existir agora um acordo firmado pelos países da União Europeia relativamente à norma Euro 7, a versão final e definitiva terá ainda de ser discutida no Parlamento Europeu pela Comissão Europeia.

Uma das questões em cima da mesa, por parte de alguns dos países, como Itália ou França, prendia-se com a divisão de custos, com alguns construtores a alertarem já no passado que as verbas necessárias para desenvolver motores térmicos capazes de cumprir a norma Euro 7 seriam gigantescas, tornando esses automóveis praticamente inacessíveis para os condutores europeus de baixos rendimentos, enquanto ainda não existem propostas propriamente acessíveis por parte de construtores, nem uma rede de carregamento suficientemente abrangente para albergar o crescimento nas vendas de automóveis elétricos.

Luca de Meo, CEO do Grupo Renault, e Carlos Tavares, CEO do grupo Stellantis, são duas das figuras de alto gabarito que haviam alertado para os custos elevados da norma Euro 7 e para os poucos ganhos ambientais com a implementação da mesma, prevista, na mesma, para 2025.

Além disso, esse custo teria ainda o condão de tornar o investimento nos carros elétricos mais complicado, já que alguns dos custos da eletrificação teriam de ser repartidos com o investimento em motores de combustão capazes de cumprir as normas Euro 7.

Entre os países que manifestaram satisfação por este acordo está Itália, com o seu ministro da Indústria, Adolfo Urso, a comentar que “o novo regulamento, a pedido italiano, torna possível salvaguardar a cadeia de fornecimento automóvel de construtores de baixo volume, como a Ferrari, Lamborghini ou Maserati, símbolos do ‘Made in Italy’ que produz cerca de 50.000 automóveis por ano”.