Norma recentemente aprovada em Conselho de Ministros, a possibilidade de os veículos de táxi e TVDE voltarem a transportar passageiros no banco dianteiro está no centro de um pedido de alteração por parte da plataforma eletrónica de transporte de passageiros Free Now, que aponta a “incoerência” da decisão do Governo.

Em comunicado enviado às redações, aquela plataforma chama a atenção para a medida recentemente aprovada, considerando que, caso não seja alterada, poderá aumentar o risco de transmissibilidade da Covid-19 entre profissionais e clientes de táxi e TVDE (transporte de passageiros em veículos descaracterizados).

A Free Now aponta que enviou uma carta aberta à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), na qual frisou “a incoerência da resolução do Conselho de Ministros, tornada pública no passado dia 20 de agosto, que volta a permitir a utilização do banco dianteiro para veículos de transporte de passageiros, e relembra que uma das principais recomendações ainda em vigor por parte da DGS é a do distanciamento físico”.

De acordo com aquela entidade, deverão ser os motoristas a decidir se pretendem ou não levar alguém ao seu lado na viagem, numa revisão da lei que daria aos motoristas “a possibilidade de decidirem sobre as condições de segurança ideais para o normal desempenho das suas funções até que se atinja efetivamente a imunidade de grupo”.

“A medida não nos parece inteiramente coerente com a maioria das normas e recomendações da Direção Geral da Saúde, uma vez que as condições próprias, a natureza e o tempo do contacto em espaço limitado, entre o motorista e o passageiro sentado ao seu lado, no banco dianteiro, não permitirão manter o distanciamento recomendado. Recorde-se que, apesar do desagravamento da situação epidemiológica, o distanciamento continua a ser importante na contenção da transmissão do da Covid-19, sendo convicção generalizada que deverá manter-se pelo menos até estar garantida uma taxa de vacinação que permita atingir a imunidade de grupo”, considera Bruno Borges, Country Manager da Free Now.

O mesmo responsável explica ainda que esta é uma preocupação partilhada com as “pessoas com as quais mantemos uma relação de negócio, baseada no respeito pelas regras mas também numa atitude solidária e responsável, e analisando ainda o atual panorama epidemiológico em Portugal, não abdicaremos de garantir a máxima segurança a profissionais e clientes, por isso os bancos dianteiros das nossas viaturas continuarão indisponíveis até que o processo de vacinação esteja concluído”.